QUEM FALA A VERDADE?
A coluna Periscópio do Jornal da Cidade de domingo trouxe sob o título “Falso Lucro” três notinhas onde expunha um resumo do Balanço Anual do Banco do Estado de Sergipe, publicado no sábado: “...agora, oficialmente, (fica demonstrada) a irregularidade dos números finais da gestão encerrada em 2006”.
Segundo o jornal, o lucro do Banese, “informado com grande pompa e publicidade em 2006, era de R$ 55,7 milhões... o número real, quando devidamente apurado, não poderia ser maior do que R$ 24,1 milhões... diferença de R$ 31,6 milhões correspondeu a créditos tributários registrados e compensados indevidamente”.
Como se sabe, as contas de instituições financeiras que operam no Brasil são auditadas pelo Banco Central. Para evitar gestões temerárias e falências fraudulentas, o BC tem sido rigoroso e exigente.
No entanto, se os números são verdadeiros, os auditores do Banco Central falharam. O Banese conseguiu lhes passar a perna não apenas durante a gestão de João Alves Filho – aliás, tratada a pão-de-ló pelo governo Lula da Silva, como se sabe – mas também no próprio governo do PT, pois somente neste final de semana os “pés de barro” do banco sergipano foram finalmente revelados.
Injuriado com as “denúncias caluniosas”, o ex-presidente do Banese, Jair Araújo, disse a Fábio Henrique (FM Liberdade) que o lucro fictício citado pela direção do banco é o mesmo que foi aprovado pelo conselho administrativo da atual gestão. “Os membros do conselho não são inocentes, são maldosos”.
O ex-presidente explicou que o Banese ganhou uma ação no STF e que tem direito a R$ 31,5 milhões em créditos tributários. "Se assim não fosse, o banco seria obrigado a recolher o dinheiro a Receita, coisa que não fez até agora”.
Jair Araújo não poupou críticas ao seu substituto: “É um irresponsável, não tem estrutura mental para administrar um banco como o Banese, é um neo-petista que até ontem criticava ao extremo os membros do PT, é um mentecapto”.
Afora o desabafo e os desaforos, a informação mais preciosa trazida por Jair Araújo na entrevista ao radialista-vereador foi que o Banese não vale nem um terço do que valia em 2006.
A denúncia é grave! Que peste teria feito a diretoria petista do Banese para ele perder tanto do seu valor de mercado em apenas um ano e poucos meses de gestão?
Por outro lado, um dos fundadores do Banco do Estado de Sergipe e talvez seu mais ardoroso defensor, o ex-presidente da instituição José Figueiredo (gestão Albano Franco), teria deixado o Conselho do Banese, segundo a colunista Yara Belchior (Infonet), “de maneira forte, discordando de muitos pontos e posições da atual diretoria” – o balanço não traz a assinatura dele.
Noves-fora tanto disse-me-disse, se o Banese era um tigre de papel até dezembro de 2006, o Banco Central certamente foi incompetente para averiguar e prevenir tão delicada situação, e na conseqüente punição dos (ir)responsáveis.
Da mesma forma, se hoje o banco está menor, os fatores que contribuíram para sua derrocada precisam vir a público célere e transparentemente, pois se trata de instituição pública de capital aberto. Ou seja, além do governo sergipano, há outros milhares de acionistas com ações que viraram pó do dia para a noite.
Que tal um debate na Assembléia entre Jair Araújo e João Andrade para esclarecer as muitas dúvidas? Seria fascinante ouvir as considerações de ambos...
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A PRAÇA-JOANETE
O colega, leitor e compadre-amigo fraterno Antônio Carlos de Oliveira, o Xocolate da Ilha FM, é uma dessas personas raras, que nos exortam a meditar (e rir muito) com suas tiradas geniais.
Por conta do comentário sobre a Praça Antônio Teixeira (Edição 241), o boa-vida – por telefone – se disse surpreso com a minha “modéstia”.
Comentou Xocolate: “Você sugere que (o prefeito) Edvaldo Nogueira deu uma praça de presente a Norcon. E (o ex-prefeito) João Augusto Gama, que deu um bairro inteiro (Jardins) à empreiteira, que você acha?”.
Convenhamos, Negão, nessa você caprichou...
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