Segunda-feira, 24.03.2008 - Ano II - Edição Número 240

DÉDA SE PREPARA PARA O PIOR
Eleição é sempre uma incógnita. Marcelo Déda sabe muito bem disso. Hoje ele brilha, após derrotar os adversários nos primeiros turnos das eleições de 2000, 2004 e 2006. Todavia, o passado aconselha prudência. Ainda revolve-se na memória coletiva ter sido ele eleito deputado estadual com a espetacular votação para a época de 32.044 votos em 1986 e não obter a reeleição quatro anos depois. O governador sergipano tem um imenso desafio: reeleger prefeito de Aracaju o aliado comunista Edvaldo Nogueira, um político sem densidade eleitoral. Transferir votos não é missão fácil. Embora diga publicamente não existir “questão de vida ou morte no processo de disputa”, Marcelo Déda compreende o profundo desgaste político que a derrota na eleição municipal traria para o pleito de governador em 2010 – e por conseqüência, à escolha do novo presidente da República. Para os petistas, é graças aos mandatos de Marcelo Déda que o aracajuense tem hoje uma vida melhor. Tal melhoria teria dado visibilidade nacional a Aracaju e por esta razão, sentindo-se grato pelas inúmeras e reluzentes realizações visando mais qualidade à vida, o eleitor votaria no candidato dele. No campo das suposições, a argumentação parece lógica. Já a oposição aposta na esperança de o eleitor não estar disposto a reeleger um prefeito clone e ao mesmo tempo discípulo obediente de Marcelo Déda. Neste quesito, a concentração de poder em torno dele e do PT seria o diapasão favorável à alternância de comando. Por seu turno, os governistas se fiam no diametralmente oposto. Recentemente, numa entrevista a radialistas sergipanos, o governador foi taxativo: “Vamos trabalhar para viabilizar a continuidade de uma integração entre os governos federal, estadual e municipal que vem dando certo ". Aos mais chegados, contudo, Marcelo Déda tem externado grande preocupação com as pesquisas. Até já trabalharia a possibilidade de perder um valioso quinhão – e pior, ter de arrebanhar uma multidão de aliados desempregados. Mas pode ir tirando o sorriso dos lábios! Apostar em quem vencerá em novembro, especialmente diante da indecisão do mais forte dos prováveis candidatos oposicionistas, o ex-governador João Alves Filho, ainda é tarefa de alto risco...
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ALBANO FRANCO SAIU DA MOITA?
O sorriso sempre enigmático à lá Mona Lisa pode distorcer a compreensão das reais intenções do deputado federal Albano Franco quanto a quem ele apoiará nas eleições de novembro. O ex-governador diz a uns não ser “eleitor cativo” de João Alves Filho. Enquanto isso, ele recebe afagos de Lula da Silva no palanque da inauguração do Viaduto Déda, bebe café sem açúcar no gabinete do senador Almeida Lima e não renega um bate-papo “político” com o deputado democrata José Carlos Machado. Jeitoso, Albano Franco sempre foi! Aliás, jeitoso e espertamente dissimulado. Ontem, sob o título “Só Love”, a Folha de São Paulo publicou na coluna Painel a seguinte motinha: “Na contramão, os casos da outrora impensável aliança com o PT vão se multiplicando. Em Aracaju, tanto o petista Marcelo Déda quanto os tucanos liderados por Albano Franco devem dividir o palanque em apoio à reeleição de Edvaldo Nogueira”. A dúvida é: teria o ex-governador saído definitivamente da moita? Como Albano Franco é em si uma incógnita, qualquer prognóstico apressado sobre o que ele pensa de verdade pode redundar em rasteira das grandes! Uih...

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