E.Zine 23/08 N134

SEM MEDIDA, SEM PLANEJAMENTO Até o dia 10 deste agosto a Secretaria Estadual de Saúde realizou serviços e compras sem licitação no valor de R$ 63,4 milhões. Alegou urgência, mesmo após sete meses de governo. Fez-se de tudo! Contratou lavanderia, adquiriu fardas, reformou prédios, pagou consultorias... Porém, entre as muitas "urgências" foram esquecidas as bolsas coletoras de dejetos fecais usada por pessoas submetidas a cirurgia de intestinos ou que tenham amputado o reto. Agora, cerca de 200 pacientes estão reutilizando antigas bolsas ou usando latas para recolher as fezes, conforme denunciou ao Ministério Público a presidente da Associação dos Ostomizados de Sergipe, Mariana Salermo Correia. Ao custo de R$ 50,00 a unidade, as bolsas distribuídas pelo governo estadual são essenciais para manter a qualidade de vida dos ostomizados pobres. Em média, cada bolsa serve por até dois dias. Sem elas, o risco para a saúde dos pacientes é altíssimo. Somente uma administração desapegada do planejamento se permitiria tamanho vexame. Para acomodar certas outras "necessidades", o novo governo usou e abusou da dispensa de licitação. Porém, diante de verdadeiras urgências age sem pressa. Meses atrás, deixou faltar por várias semanas o leite especial consumido por crianças com rejeição a lactose. Para resolver a situação foi feita uma licitação. Hoje estão os ostomizados a sofrer. Eles também terão de esperar pela licitação em curso na Secretaria de Saúde. Sinceramente, não dá para entender... DECEPÇÃO Quem imaginou um final feliz para a novela entre os professores e o novo governo errou feio. Em 25 de julho, Sua Alteza Real falou a cerca de 1.500 deles num encontro realizado no hotel Parque dos Coqueiros. Naquela tarde, assinou o projeto de lei retomando o pagamento automático da progressão vertical, previsto no Plano de Carreira da categoria e até 2006 efetuado normalmente. Lá se vão quase 30 dias e nada de o projeto ser encaminhado à Assembléia. Desde sempre os professores da rede estadual queriam o garboso príncipe no governo. Na eleição de 2006, mesmo diante dos incentivos oferecidos pelo ex-governo (14º e até um 15º salários para os de melhor desempenho em sala de aula; computadores gratuitos; cursos de especialização; aumento real acima da inflação), engajaram-se maciçamente na campanha do PT. Foram os mais aguerridos cabos eleitorais: as famosas melancias! Ao chegar à Corte, Sua Alteza Real encastelou-se, incluindo fora dos planos de governo os audazes professores. Eles então fizeram uma greve como forma de mostrar força. Fracasso total! Reclamaram no rádio e na TV do tamanho descaso. Não foram ouvidos! Sumariamente engambelados, agora choramingam para tentar reaver antigos direitos. É triste ver uma categoria antes tão aguerrida, tão pujante, passar por tamanha humilhação. Mas assim é a vida...

Um comentário:

Anônimo disse...

Só faltou falar dos salários... Humilhante seria elogio!! Isso é o governo PT que tanto fala em educação, mas que nem mesmo seus integrantes possuem o mínimo, como demonstrou a reportagem do jornal nacional sobre os gestos obscenos no momento em que se noticiou a possibilidade de falha humana no acidente do vôo da TAM.