E.Zine 24/08 N135

TEMPOS ESTRANHOS Perdura o sofismável silêncio do Ministério Público Estadual quanto aos abusos e irregularidades cometidos nas emissoras do sistema público de comunicação do estado. Na edição de 14/08, este ABRA-O-OLHO comentava (CHAPA BRANCA) sobre o programa SERGIPE EM DEBATE apresentado por Messias Carvalho de segunda a sexta-feira, das 06h00 às 09h00 nas APERIPÊ AM e FM. Um dia depois do comentário, o Sindicato dos Jornalistas de Sergipe distribuiu nota condenando o programa: "O fato é que, Messias Carvalho apresenta o programa SERGIPE EM DEBATE na TV CAJU, uma emissora privada em sistema fechado (LigTV). É um programa de notícias e entrevistas, com ampla utilização de comerciais e merchandising. Ocorre que o citado programa é retransmitido, ao vivo, através das rádios públicas APERIPÊ AM e FM, numa relação que confunde os espaços público e privado". Na nota, o sindicato também fazia um apelo a Sua Alteza Real: "O Sindijor/SE APELA para que o Governo do Estado de Sergipe rompa imediatamente este ‘contrato' em benefício do interesse público e inicie, DE VERDADE, um processo de recuperação da Fundação Aperipê, que é um patrimônio do povo sergipano. As rádios AM e FM e a TV APERIPÊ precisam ser emissoras públicas, ter renovadas suas estruturas físicas e tecnológicas e seus funcionários verdadeiramente valorizados". Anteontem foi a vez do Sindicato dos Radialistas de Sergipe. A entidade solicitou à Delegacia Regional do Trabalho a fiscalização da Fundação Aperipê, pois contrata pessoal sem registro profissional. Segundo a denúncia, trabalham irregularmente a diretora de jornalismo da AM e FM Rita Brasileiro, e o diretor artístico da FM Patrick Torquato. O presidente em exercício do sindicato, Francisco Ferreira, disse ter encaminhado a denúncia porque a fundação não atendeu ao apelo da entidade para afastar os irregulares. A Fundação Aperipê está sob o comando da professora Indira Amaral. Filiada ao PCdoB, foi indicada para a função na cota do prefeito comunista da Capital Edvaldo Nogueira, de quem é esposa. Muito já foi dito sobre os abusos e as irregularidades em curso no sistema público de comunicação do estado, inclusive a contratação de serviços e equipamentos terceirizados sem licitação. Também foram feitas muitas queixas quanto ao aparelhamento das emissoras, transformadas em laboratórios para estudantes e recém-formados ligados à presidente ou ao partido dela. Porém, mesmo diante de tão severas e graves denúncias, o Ministério Público Estadual segue fingindo nada saber, nada ouvir. Tempos estranhos esses...

Um comentário:

Anônimo disse...

Viva a liberdade de expressão. Deixem os bons profissionais trabalharem em paz!