E.Zine 15/08 N128

ELE SE ACHA O radialista, estudante de Direito e deputado-tampão Gilmar Carvalho ainda insiste na estampa do "Quem é o gostosão daqui?", apesar dos revezes nas duas últimas eleições. Impedido de falar mal dos vermelhos no programa de rádio que finge comandar na Ilha FM, sob pena de perder a boquinha na Assembléia, luta para manter o emprego -a audiência não anda lá essas coisas!- e o cada vez mais minguado eleitorado. Doze anos atrás, quando chegou a Aracaju puxando a cachorrinha, o cão-cão foi alojado com malas, moringas e cuias na Jornal 540AM. Ganhou o melhor horário, tinha participação no comercial e recebia o mais alto salário da casa. O estilo barroco de agitar ao microfone logo chamou a atenção da plebe rude e até de personalidades de suposto relevo intelectual. Apadrinhado e estimulado pelos donos da emissora, dedicou-se exclusivamente a conquistar um mandato. Verborrágico, prolixo, desmesurado e vociferante, Gilmar Carvalho agia como se não houvesse nada nem ninguém à sua frente. Chegou a ser preso depois de desacatar um juiz. Fez da detenção um ato pela "liberdade de expressão" -a dele, claro! Detalhe: liberdade para mirar e atirar alhures... Daí fez um périplo por vários prefixos. Adiante, o cão-cão retomou o posto de número um da 540AM. No início do ex-governo fazia críticas lenientes ao ex-mandatário e até as usava para mostrar como contribuía com aquele projeto de governo. Além dos dividendos de deputado, recebia gorda verba publicitária (R$ 30 mil/mês) despachada pelo então secretário de Comunicação Carlos Batalha, o único de quem ele falava bem. Meses se seguiram e Gilmar Carvalho passou a ficar arredio. Trombou de frente nos antigos padrinhos. Com o beneplácito de Albano Franco, a quem chamava de frouxo, mudou-se para a FM Sergipe. Os ataques ao ex-governo tornaram-se odientos, pessoais à figura do ex-mandatário e aos familiares deste. Um Chevette 1973 queimado a mando dele numa manifestação de taxistas lhe selou o destino. Para evitar a cassação e a perda dos direitos políticos, Gilmar Carvalho solicitou o urinol e foi desobstruir-se noutra moita, renunciando o mandato. Resmungou meses no rádio. Outubro de 2006 chegou, as urnas foram abertas e o povo esqueceu de votar no cão-cão! Acabrunhado, restou-lhe somente aplicar um abraço de afogado no garboso príncipe. Agora, amordaçado pelo mandato tampão (e expondo a volumosa ingratidão por quem lhe acolheu e nutriu anos a fio), tenta agradar Sua Alteza Real se engajando no projeto do novo governo de detonar e sepultar politicamente o ex-mandatário. Ontem, no programa da Ilha FM, Gilmar deixou claro: "Ninguém me peça para votar (as contas do ex-governo) atendendo a critérios meramente técnicos do Tribunal de Contas ou seguindo orientação política (aqui faz referência ao chefe dele, o suprapartidário Edvan Amorim). Já pensaram se na época das votações eu disser que o deputado que votar pela aprovação das contas do ex-governador é porque já está no bloco liderado por João Alves?". É de dar medo! Gilmar Carvalho, como se vê, não muda mesmo. Ele se acha... FRASE DO DIA "Não maltrate alguém quando estiver subindo. Poderá encontrá-lo quando estiver descendo". (Gilmar Carvalho, citando frase do jornalista Carlos Batalha dita em programas de rádio do século passado).

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