E.Zine 16/08 N129

CAI A MÁSCARA Se dúvida havia, agora estão plenamente confirmadas as intenções de Sua Alteza Real de tirar o ex-mandatário do páreo eleitoral no tapetão. Ontem, o diário extra-oficial do novo governo, o JORNAL DO DIA, publicou matéria produzida pela Secretaria Estadual de Comunicação expondo a linha de ataque. Trata-se da resposta de Sua Alteza Real às denúncias de perseguição e da tentativa de tornar inelegível o ex-mandatário, feitas pelo próprio (TV ATALAIA, 13/08) e pelo líder da oposição na Assembléia Venâncio Fonseca (JORNAL DA CIDADE, 14/08). Sob o título NO STF, GOVERNO DIZ QUE É OBRIGADO A PUNIR EX-GESTORES, a maquinação aparece cristalina: "...a atual administração, reconhecendo o efetivo descumprimento da exigência constitucional pela administração anterior, emitiu, por intermédio da Controladoria-Geral do Estado, em 12 de junho deste ano, certificado de auditoria opinando pela irregularidade da prestação de contas apresentada pelo ex-governador no exercício de 2006. O documento, lastreado em relatório técnico subscrito por comissão composta por cinco auditores, constitui ato de controle interno que precede a remessa da prestação de contas para apreciação pelo Tribunal de Contas do Estado". Extremamente preocupado em função da letargia do governo conduzido por ele (e mais ainda pelo perfil eleitoral do ex-mandatário, único capaz de derrotá-lo nas urnas), o garboso príncipe busca eliminar qualquer possibilidade de enfrentamento cara-a-cara através de incursões silenciosas nos bastidores do poder. Depois das armações do governo federal para emperrar, sufocar e ferrar o ex-governo realizadas a pedido e com o incentivo dos vermelhos sergipanos e aliados locais, e mesmo assim o ex-mandatário ainda conquistar 45% dos votos (pleito de outubro de 2006), Sua Alteza Real não pretende correr riscos. Jogará com todas as cartas possíveis! Por outro lado, tamanho gosto pela vigilância da coisa pública, mesmo não sendo xerife nem conselheiro do TCE, parece ser o mais novo fetiche do garboso príncipe -administrar que é bom, nada! Fosse ele realmente tão zeloso com o dinheiro público, como tenta parecer, não permitiria, para ficar apenas num único exemplo, o festival de irregularidades cometidas pelo seu pupilo e candidato preferencial a substituir o prefeito comunista da capital, deputado-secretário de Saúde Rogério Carvalho. Apenas nos sete últimos meses, o arguto rapaz fez compras de mais de R$ 50 milhões em medicamentos sem licitação. Alegou "urgência". Prova cabal de como o novo governo opera sem planejamento! Ou seria um método estrategicamente intencional? Não se deve esquecer também da famigerada MICARETA PICARETA (revista VEJA, 10/05/2006), nem da capina em terreno cimentado de um posto de saúde, nem do rombo de mais de R$ 10 milhões deixado na Saúde municipal. Eventos ocorridos durante a passagem de Sua Alteza Real pela prefeitura de Aracaju e que até hoje não tiveram qualquer explicação, por mais fajuta que fosse. Como a vida é sempre cheia de surpresas, tornar inelegível o ex-mandatário é a saída mais fácil para evitar, quem sabe, um futuro mexe-remexe em certas sofríveis contabilidades e nos métodos nada ortodoxos de administrar da Corte vermelha. Como diz o ditado, "Seguro morreu de velho!"... ATÉ TU, NANINHA? Depois da denúncia aqui feita (CHAPA BRANCA, 14/08) quanto à ilegalidade praticada pelo novo governo ao usar as emissoras públicas de rádio (APERIPÊ AM e FM) para divulgar propaganda de Sua Alteza Real e baixar o sarrafo nos adversários do garboso príncipe, o Sindijor/SE (Sindicato dos Jornalistas de Sergipe) emergiu das sombras e lançou nota* condenando os companheiros vermelhos. Diz o inusitado petardo: "O fato é que, de segunda à sexta-feira, das 6 às 9 horas, Messias Carvalho apresenta o programa 'Sergipe em Debate' na TV CAJU, uma emissora privada em sistema fechado (LigTV). É um programa de notícias e entrevistas, com ampla utilização de comerciais e merchandising. Ocorre que o citado programa é retransmitido, ao vivo, através das rádios públicas APERIPÊ AM e FM, numa relação que confunde os espaços público e privado". Diz ainda: "Além dos aspectos legais, ainda é preciso que se registre que a retransmissão do citado programa de TV privada nas emissoras de rádio públicas revela, entre outras questões, o desprestígio a que são submetidos os seus funcionários públicos e também os seus equipamentos. Não é este o caminho da mudança em que a sociedade apostou". E finaliza com um pedido choroso, do tipo morde-assopra, visando não desagradar Sua Alteza Real: "O Sindijor/SE APELA para que o Governo do Estado de Sergipe rompa imediatamente este "contrato" em benefício do interesse público e inicie, DE VERDADE, um processo de recuperação da Fundação Aperipê, que é um patrimônio do povo sergipano. As rádios AM e FM e a TV Aperipê precisam ser emissoras públicas, renovadas suas estruturas físicas e tecnológicas e seus funcionários verdadeiramente valorizados". Bem, como desconfiar não faz crescer a barriga, pode crer que algum interesse foi contrariado para fazer rugir tão imponente tigre de papel... PS: Será que o MPE (Ministério Público Estadual) vai permanecer omisso? (*) Integra da nota em http://cajueirosepapagaios.zip.net.

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