E.Zine 20/03 N30

BOAS MANEIRAS E MENOS EXUBERÂNCIA Ao sugerir a sua majestade (o príncipe) "noções de boas maneiras e de mais respeito à liturgia do cargo", o editorial do Cinform da semana desenha o príncipe como se numa espécie de Dedalândia, onde vez por outra ele acorda e "se comporta com pompa paroquial...". O semanário diz ainda agir sua majestade de modo "pequeno, arrogante e pouco eficaz para quem faz um governo de coalizão... ao tratar companheiros de primeiro escalão como homens broncos e impedidos de montar equipes a seu modo". O pito do Cinform é por conta da repreensão feita de público pelo príncipe a secretários seus dados a escalar cargos de segundo e terceiro escalão sem antes passar pelo crivo dele; e à defesa do prefeito comunista da capital contra uma possível conspiração de vermelhos (e da oposição), a quem sua majestade fez ameaça que "aspira acovardar e constranger o inimigo imaginário". Questiona, enfim, o sisudo Cinform: "Fundado em quê vossa magnitude acha que é de fato arriscoso fazer oposição a Edvaldo Nogueira? Calçado em quê sua santidade o sumo Déda entende que é um risco fazer-lhe oposição? Será que não é a democracia que está em xeque com toda esta impostação totalitária, e logo vinda de um político cevado anos a fio numa oposição ferrenha a qualquer um que estivesse no poder?". Caros cinformeiros, como os novos ricos, os novos poderosos têm cada uma... POBREZA E MORTE Edição do Jornal da Cidade de domingo (18/03): "Pacientes continuam morrendo por falta de medicamentos no Hospital João Alves Filho e várias cirurgias são suspensas pelo mesmo motivo". O jornal tem como fonte o neurocirurgião Luiz Soares Bandeira, vice-presidente da Associação dos Médicos do HJAF. Segundo ele, "os médicos estão acuados e constrangidos, pois não é fácil perder um paciente por falta de remédio. É algo absurdo". Quando os vermelhos receberam o hospital das mãos do médico Jilvan Pinto, este alertou para os contratos de compra de medicamentos e apresentou um relatório completo do estoque e das necessidades mais urgentes. Os vermelhos simplesmente negligenciaram as informações, colocando em risco (de morte) a população e os médicos na linha de frente de um grave problema. Não esqueça o respeitável público ser eles que a população, em primeira instância, culpa e de quem cobra alguma atitude. Por conta de várias ameaças sofridas de familiares dos pacientes revoltados com o descaso, alguns médicos simplesmente estão deixando de cumprir os plantões e outros vão ao hospital, mas nada podem fazer. Enquanto a pobreza morre, a saúde do Sergipe novo patina... BALAS PERDIDAS! PERDIDAS? Deu no BLOG do prefeito César Maia (19/03): "A cada dia aumenta o convencimento em setores da polícia do estado do Rio que -pelo menos- parte das balas perdidas que atingem mortalmente -ou quase- moradores da área onde há confronto são disparadas propositalmente pelos traficantes com o objetivo de assassinar premeditadamente. Com isso, o confronto tende a ser interrompido devido ao natural constrangimento e recolhimento das forças policiais. Os bandidos escolhem de preferência crianças e mulheres. Os últimos fatos só vieram a comprovar essa convicção". PAUTA TRANCADA, CPI A VISTA E O TEMOR VERMELHO O Congresso está parado mais uma vez. E desta feita por obra e graça da oposição como forma de pressionar o governo vermelho a aceitar a criação da CPI do Apagão, cujo objetivo é lançar luzes sobre a problemática vivida no setor aéreo nacional, com riscos legítimos (e reais) à segurança dos usuários. Os vermelhos fogem dessa CPI como o diabo da cruz. A quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e de duas altas funcionárias da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), determinada pela Justiça, ajudaria a explicar o temor do governo federal em transformar a estatal em alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A investigação feita pelo Ministério Público a partir de relatórios de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) poderá dar fôlego aos trabalhos da eventual CPI do Apagão Aéreo, caso ela venha mesmo a ser constituída. Com base em (mais uma) suspeita de irregularidades nas obras do aeroporto de Congonhas, a Justiça Federal de São Paulo determinou em 25 de outubro passado a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da estatal e amigo do Salvador da Pátria, deputado Carlos Wilson (PT-PE). É aí que reside o nó das preocupações vermelhas...

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