E.Zine 19/03 N29

ANIVERSÁRIO E FUTURO INCERTO Aracaju tem bem mais que apenas 152 anos. A fundação do povoado Santo Antônio remonta pelo menos um século antes, conforme alguns historiadores. Nele viviam pescadores, índios e negros remanescentes de quilombos. Com a mudança da capital em 1855, realizada por iniciativa do presidente da província de Sergipe Del Rei Inácio Barbosa e do barão de Maruim, a nova Capital sergipense recebeu um projeto arquitetônico de fazer inveja ao restante do país, assinado pelo engenheiro e urbanista Sebastião Basílio Pirro. Foi um imenso desafio vencer tantos mangues, pântanos e charcos para criar o traçado em forma de tabuleiro de xadrez, seguindo o padrão de vanguarda da época, preconizado por Washington, Chicago, Camberra, Buenos Aires... Nascia uma moderna cidade brasileira ! Independente de quem já a administrou em tempo idos, devemos nos concentrar nos últimos 25 e poucos anos sob a tutela vermelha. Fora algumas intervenções patrocinadas (ou mesmo promovidas) pelo governo estadual (reforma dos Mercados Centrais, Orla de Atalaia...), a maioria das obras estruturais da cidade remonta o período anterior a 1980 – grandes avenidas, escolas, canais... Por obra e graça dos vermelhos, Aracaju não possuiu um Plano Diretor a altura. Cresce sem planejamento, esta repleta de favelas e boa parte da população residente nos grotões periféricos vive sem saneamento básico. A estrutura de saúde pública é precária e se sustenta no Hospital João Alves (para não entrar em colapso). O rendimento educacional nas escolas municipais está abaixo da média. Não há planejamento social destinado a atender um sem número de carentes e dos que vivem abaixo da linha da pobreza. Os logradouros públicos estão em petição de miséria. O lixo se acumula, especialmente nos canais durante o período de chuvas. As ruas e avenidas estão esburacadas... E estamos falando da menor capital do país! Sob o comando vermelho, Aracaju ficou para trás. O caos na saúde e no trânsito é apenas um dos muitos exemplos de que a cidade não funciona por falta de planejamento e de razoável ordenação administrativa. Mas festa não falta! Aliás, o espetáculo não pode faltar. Afinal, desde sempre na História humana, quem não organiza o presente e não se preocupa com o futuro tem mesmo é de garantir ao povo (jovem, especialmente) o mínimo de alegria. Antes eram as lutas entre gladiadores, hoje são as micaretas, os forrós, os pagodes... UMA BOA SEMANA AO SOM DE CARLA BRUNI, INTERPRETANDO EMILY DICKINSON ENTRE OUTROS GRANDES...

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