05/02/2020 – 20h17
OPINIÃO – ELEIÇÕES 2020, UM CASO DE POLÍCIA – OU O
“DESPÓTICO” E “AUTORITÁRIO” SENADOR GAÚCHO
[*] David Leite
Já são quatro os postulantes à cadeira de Edvaldo Nogueira
advindos do setor da Segurança Pública: os delegados de polícia
Paulo Márcio, DC, Danielle Garcia, Cidadania, Georlize Teles, DEM, e
Mário Leony, PSOL. Seria hilário, não fosse preocupante! Será que
essa turma se imagina capaz de gerir uma cidade só porque em algum
momento de suas vidas perseguiu bandidos?
Ora bolas, tenham a santa paciência! Os problemas de uma cidade não
se resumem à questão do combate à violência ou mesmo à
manutenção da paz social. Há muitos outros atributos a se exigir
de um gestor, e pode-se dizer tudo dessa gente, menos que tenha
experiência em administração pública - aliás, qual dos citados
ao menos tem uma especialização mixuruca nesta área?
Por outro lado, está claro o tom da campanha eleitoral que a turma
lava-jatista de Aracaju usará na tentativa de capturar o poder
político na capital de Sergipe. Os aliados do ministro Sérgio Moro,
sob o comando do senador-delegado gaúcho Alessandro Vieira, querem
não apenas o comando da Prefeitura da capital, mas, ao fim e ao
cabo, também calar supostos adversários.
Não sem razão, Paulo Márcio divulgou nota pública descascando
Alessandro Vieira por rotular como “sem vergonha na cara” pessoas
que questionaram a contratação, com recursos públicos, de um
instituto umbilicalmente ligado ao partido comandado pelo
parlamentar, afirmando que tal atitude apenas confirmaria a natureza
“despótica e o autoritarismo que lhe são [ao ilustre colega
delegado] característicos”.
Anteriormente, Edvaldo Nogueira também chiou com o novato senador
por ter sugerido que alguns candidatos “já temem uma possível
auditoria e investigação nas contas e nos contratos da Prefeitura
de Aracaju” caso Danielle Garcia vença o pleito. Ou seja, a
disputa não seria apenas para tirar o atual alcaide do comando da
PMA, mas para levá-lo a uma condenação na Justiça.
De fato, graças ao método “novo” de fazer política de
Alessandro Vieira e sua trupe de “novinhos”, a eleição de
Aracaju virou “um caso de polícia”. Ora se ameaça um adversário
com devassa nas contas de sua gestão, sugerindo que ele seja
desonesto, sem, no entanto, apresentar uma mínima evidência; ora
intimida quem critica a contratação de pesquisa para lá de
suspeita com injúrias cascas-grossas, do tipo “aqui quem manda sou
eu, e ponto final”. Como diria o descarado do Lula da Silva Lava
Jato, “menas”, gente, “menas”!
A população de Aracaju precisa ficar atenta ao oportunismo que se
disfarça de modo a confundir: desviar o debate eleitoral para o
âmbito da segurança ou mesmo do combate à corrupção pode ser
vantajoso apenas para quem, de olho gordo nos cargos e benesses do
poder, finge agir com um estilo moderno de fazer política, quando na
verdade somente a abordagem (discurso) mudou.
[*] É consultor em Marketing Político e Eleitoral.
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