FOGUINHO ASSUME O RISCO DE DAR CARNE A GATO
Aborto da natureza levado ao Senado por um inusitado “alinhamento
de planetas” a conjugar num mesmo pleito a campanha do nosso amado
presidentO Capitão Brucutu Leão, o Rei dos Animais, contra o
malfadado PT; o lava-jatismo oportunista do ministro-candidato (ops!)
Sergio Moro e a imperícia de tubarões da política que o
subestimaram, o senador-delegado Alessandro Vieira pode contar de
novo com a força dos próprios contendores para se dar bem na
eleição deste ano.
De modo geral, os políticos acham que sabem tudo por serem seres
iluminados pelo divino. Certa vez ouvi de um velho e carrancudo
cacique a enigmática frase de que, sendo ele experimentado em
eleições e na comunicação política, dispensava os meus
conselhos. Foi derrotado, coitado! Campanhas eleitorais envolvem
experiência pessoal, sem dúvida, mas dependem hoje em dia de um
cabedal de assessórios científicos muito sofisticados e
indispensáveis.
Usarei neste comentário, contudo, apenas a experiência empírica
acumulada em 15 pleitos eletivos: Edvaldo Nogueira erra feio quando
responde ao chefe da campanha eleitoral da turma lava-jatista de
Aracaju. Em entrevista ao Jornal da Fan nesta quarta-feira, 21, o
prefeito rebateu as declarações do senador Alessandro Veira de modo
risível. “Ele tem que se preocupar com as votações no Senado.
Enquanto a oposição fala, eu estou trabalhando”, disse Foguinho.
O “golpe” acusado pelo alcaide acertou o seu olho esquerdo e diz
respeito à nota assinada pelo parlamentar gaúcho e por deputados
estaduais de oposição, criticando a ação publicitária da
Prefeitura de Aracaju sob o título “Trabalho bom não pode parar”,
na qual são divulgadas obras da gestão como justificativa para
cobrança do IPTU. Segundo essa turma – com a minha total
concordância, aliás –, a divulgação caracteriza-se como
“campanha antecipada” de reeleição do prefeito.
O interessante é que na resposta ao senador-delegado Edvaldo
Nogueira disse não ser este o momento de discutir política e que
continuará trabalhando. Ora bolas, e quem o impede de trabalhar? E
se o momento não é propício à discussão política, por que,
então, responder à provocação de adversários? A resposta
plausível é de que Foguinho se acha poderoso o suficiente para dar
carne a gato. Ou seja, para dar a Alessandro Vieira e corriola o que
eles mais querem: luz!
O senador-delegado, Danielle Garcia e sua trupe de “novinhos” na
política sugerem, sem no entanto apresentar provas, haver
maracutaias em curso na gestão de Edvaldo Nogueira; também
denunciam a campanha publicitária criada por Carlos Cauê usando de
um artifício matreiro notoriamente descarado e com viés puramente
eleitoral. Em resumo, cutucam o prefeito, que cai como pato manco!
Se tivesse sido bem orientado – talvez o foi, mas preferiu ignorar
o conselho –, Foguinho deveria resumir-se a uma frase a fim de se
proteger desses atentados: “A população reconhece o esforço
desta gestão para melhorar as condições de vida e oportunidade em
Aracaju, e para mim isso é o que importa”. E ponto final…
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