DOS “CAROS
AMIGOS” DA ESQUERDA
Como epíteto, a já designar ao que se
presta, a revista “Caros Amigos” se diz “A primeira à
esquerda”. Para quem ignora a existência do periódico mensal,
trata-se de publicação muito badalada e respeitada entre petralhas
e afins. A edição deste
mês presta-se a, digamos assim, avaliar [em matéria de capa] “As
cartas marcadas das reformas” e informa no subtítulo da matéria
em questão o seguinte: “Parlamentares financiados por grandes
empresas e que também são eles próprios empresários são a ponta
de lança do rolo compressor contra os trabalhadores.”
No caso da reforma
trabalhista, já disse e reafirmo, sou amplamente favorável. O
Brasil precisa modernizar-se e passou muito do tempo para isso
ocorrer. Pode haver, sim, aqui ou ali algo a ser pontuado e até
melhorado no decorrer do processo – e para isso existe o Congresso
Nacional, com seus vários matizes representativos da sociedade –,
porquanto o debate sobre uma lei publicada não se encerra com o ato
de promulgação. O tempo se encarrega de apontar erros e acertos.
Ao fazer um
suposto apanhado histórico para justificar a atual crise, “Caros
Amigos” a avalia, claro, pela ótica do embate capital/trabalho. O
velho discurso da esquerda surge revigorado ante o padrão
“desenvolvimentista” e basicamente estatal praticado nos governo
petralhas a partir do segundo mandato de Mula Lava Jato do Acarajé –
o Nine! – e que, sem dúvida, afundou o país com a tal da “Nova
Matriz Econômica”, que de nova mesmo tinha apenas o nome. Uma
tragédia…
Quem tiver a
oportunidade de ler “Anatomia de um Desastre”, livro de Claudia
Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira, encontrará “pari passu”
a construção dessa desastrada e tresloucada ideia, que descambou na
atual crise, cujo governo do presidente Temerário conseguiu
minimizar: a inflação baixou, os empregos começam aos poucos a
surgir e os investidores já apostam no país, de novo.
Lá pelas tantas,
como se fosse crime pertencer ao empresariado ou representar a
categoria no Congresso Nacional, a revista “denuncia” políticos
cuja biografia no Senado e Câmara dos Deputados indica como
atividade laboral a posse ou gerência de empresas. Esses são dos
infernos!
A ladainha do
panfleto esquerdista pode ser sintetizada no fato de a “burguesia,
tendo como eixo a diminuição do conflito distributivo por meio da
redução dos custos da força de trabalho (terceirização, reformas
trabalhista e da Previdência)”, apostar nas reformas como
“perspectiva de recompor margens de lucros ou enfrentar um ambiente
de maior concorrência internacional”. Em resumo, o Brasil deve
permanecer como ilha do atraso e jamais eles irão permitir a
expansão do capital e, por conseguinte, do emprego, se não for como
eles querem.
O deputado por
Sergipe Laércio Oliveira é citado em dois momentos no texto de
“Caros Amigos”. No primeiro, quando se informa ter ele recebido
na campanha R$ 116 mil da siderúrgica Arcelormittal Brasil S/A e ter
sido relator da Lei da Terceirização. Mais adiante, é apontado
como “interessado na total terceirização”, citando ser fundador
da Multiserv, empresa sergipana de prestação de serviços e autor
da já famosa frase “ninguém faz limpeza melhor do que mulher”.
Só pode ser piada! Queriam o quê, que o deputado fosse contra a
terceirização? Haja caradurismo.
Leio “Caros
Amigos” para rir um pouco das idiotices esquerdóides, da falta de
visão geopolítica do mundo, da incompreensão quanto à fatídica
mudança no mundo do trabalho proporcionada pelas novas tecnologias,
sobretudo a “inteligência artificial” e a internet. Também a
leio para me aprofundar na estratégia eleitoral do PT e corriola,
pois ali está o berço do pensamento “intelectual” dessa
gandaia.
Um bom domingo a
todos!
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