PIMENTA NO FIOFÓ DOS OUTROS

Por David Leite, com informações do Bom Dia Brasil | 22/02/2013 | 12h45
O Bom Dia Brasil de hoje apresentou mais um caso de descaso – perdão pelo cacófato, mas não dava para dizer outra coisa – sobre a saúde pública em Sergipe. Veja a manchete (assista ao vídeo com a matéria no link abaixo):
Falta de medicamentos atrapalha pacientes com câncer em Sergipe
“Nos últimos três meses a distribuição tem sido irregular no hospital público referência no tratamento de câncer no estado. O problema está nas dívidas com fornecedores acumuladas pela fundação que administra o hospital.”
É desumano ver os pacientes pobres morrendo feito baratas por falta de remédios. Motivo para a ignóbil façanha: a gestão de Marcelo Déda tem dívidas milionárias com os fornecedores de medicamentos, algumas acumuladas há meses. A turma do PT alega que as pendências estão sendo renegociadas. “Mas ainda não há prazo para normalizar o abastecimento” – isso mesmo, prezados leitores: NÃO HÁ PRAZO PARA NORMALIZAR O ATENDIMENTO!
Enquanto isso, que morram os pobres... Pior, mesmo que os pacientes tivessem condições financeiras para comprar os remédios, certos medicamentos usados no tratamento do câncer não estão disponíveis nas farmácias. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Depender da competência da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe para se manterem vivos é dose para leão.
Agora, vejam o cinismo do governo Marcelo Déda, para justificar tamanha irresponsabilidade – verdadeiro genocídio: a fundação que administra o Huse – ex-Hospital João Alves Filho – diz que alguns remédios em falta não fazem parte da lista obrigatória do Ministério da Saúde. Santa cara de pau!
O Ministério Público já avisou que o estado tem obrigação de garantir a assistência integral aos pacientes. Mas, de modo leniente, ainda não pediu a prisão de nenhum gestor da FHS/SE por crime de responsabilidade (clique na imagem para ampliar).
Ainda bem que Marcelo Déda tem seu plano de saúde e pode tratar-se em São Paulo, tendo assistência de primeiro mundo! Se dependesse do atendimento do serviço público que ele finge gerir para curar o câncer que o acomete, talvez o governador já tivesse partido desta para outra... Cabra de sorte!

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Atualizado às 17h32
FALTA MACHO PARA BOTAR NA CADEIA
QUEM DEIXA O POVO MORRER NO HUSE
Está na hora de o Ministério Público de Sergipe criar coragem, mostrar a que veio e pedir a prisão imediata da secretária estadual de Saúde Joélia Silva Santos, da diretora-geral da funesta Funesa (Fundação Estadual de Saúde) Cláudia Menezes Santos e do diretor operacional do calamitoso órgão Wagner Andrade por crime contra a vida e gestão temerária de serviço público essencial.
Conforme material publicado mais cedo (texto acima), apresentei aos caros leitores a repercussão no Bom Dia Brasil de hoje da falta de medicamentos de combate ao câncer no Huse – ex-Hospital João Alves Filho. No Brasil é assim: o cidadão que depende do serviço de saúde pública morre a míngua por falta de atendimento adequado e ninguém, absolutamente ninguém é punido!
Esse quadro dantesco somente mudará no dia em que o Código Penal seja usado com rigor para trancafiar quem não cumpre com o dever em funções públicas essenciais. Basta que o primeiro seja processado, condenado e preso por no mínimo 15 anos – pena prevista para homicídio – para que o povo passe a receber assistência decente. Basta um, senhores promotores do MPE/SE... só um!

Atualizado às 18h40
NOTA DO GOVERNO TENTA CONVENCER
QUE ESTÁ TUDO EM ORDEM NO HUSE
Acabo de receber do jornalista Sales Neto, secretário estadual adjunto de Comunicação, material publicado pela Agência Sergipe de Notícias que contesta o jornalismo da TV Sergipe, autora da denúncia quanto à falta de medicamentos de combate ao câncer veiculada hoje pelo Bom Dia Brasil.
Quem tiver interesse (e estômago) de ler a contestação governista, favor acessar o material neste link:http://agencia.se.gov.br/noticias/leitura/materia:32160/bom_dia_brasil_exibe_materia_de_caso_ja_solucionado_na_oncologia_do_huse.html.
Meus caros, a nota do governo pode até ser verdadeira! Tudo talvez esteja funcionando normalmente, como afirmam. Mas e o estrago já feito na vida dos pacientes acometidos de câncer que ficaram dias e até semanas sem usar a medicação essencial para lhes permitir a cura – ou ao menos uma sobrevida?
A própria nota admite tal possibilidade no caso da estudante Juliana Santos, alvo da matéria da Rede Globo: – "Não podemos assegurar que a falta de medicamento não comprometeu o tratamento da paciente. Mas o que me incomoda – diz a coordenadora do Ambulatório de Oncologia do Huse Rute Andrade – é fazer uma matéria requentada, de uma falta de medicamento que já foi sanada há dez dias. Queria que falassem se hoje, sexta-feira dia 22 de fevereiro, tem falta de medicamento", desabafou, acrescentando que a paciente Juliana lhe disse que a produção do Bom Dia Brasil tinha sido informada, na quinta-feira, 21, que o problema tinha sido resolvido.
Enfim, palavras são palavras e as minhas permanecem como ditas mais cedo!

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