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Quinta-feira, 01 de abril de 2010 / 21h35
Leia nesta edição:
> Rir é o melhor remédio
> Os ratos de rádio sumiram (em Aracaju)...
> Informa para confundir
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Rir é o melhor remédio
Quem tem estômago para acompanhar o jornalismo opinativo em Sergipe por vezes encontra razões de sobra pra dar boas gargalhadas. A entrega da ponte Joel Silveira, finalmente inaugurada na terça-feira após três anos de governo Marcelo Déda, pariu boas piadas...
A maior delas é a própria ponte – utilíssima, aliás, para dar continuidade ao projeto de atrair a baianada, principal fonte do turismo de Sergipe. No jargão técnico, a Joel Silveira é uma “ponte de engenheiro”; uma rodovia sem qualquer sofisticação. Num comparativo, a Construtor João Alves seria uma “ponte de arquiteto”, por ser um cartão postal para Aracaju.
Não se deve comparar ambas as pontes, pois apesar de atenderem às necessidades de tráfego, são muito diferentes na estrutura física e nos custos. O jornalismo opinativo tentou fazê-lo e caiu na esparrela, simplesmente porque não dá para comparar.
Basta lembrar o tanto de gente – pessoas normais, não uma claque – que fez questão de cruzar o rio Sergipe na inauguração da Aracaju-Barra. A figuração trazida do interior, incluindo integrantes do MST fardados, em ônibus alugados com verba do Ministério do Turismo, para servir de plateia para Marcelo Déda e convidados, não mereceu uma única linha do jornalismo opinativo. Chama-se a isso de ignorância assentida.
Alguém precisa alertar o jornalismo de opinião sobre os riscos de tentar comparar obras da atual administração com quaisquer outras nos últimos 20 anos, sobretudo com a última. Enquanto o governo passado levou dois anos para fazer o projeto de uma ponte e outros dois anos para construí-la, apesar das perseguições impostas para impedir a inauguração da obra antes da eleição...
O governo Marcelo Déda, mesmo recebendo o projeto da Joel Silveira todo concluído, com alguns dos pilares já feitos e financiamento garantido através do Prodetur, levou quase três anos para finalmente entregar a ponte, uma obra de construção bastante simples e sem qualquer sofisticação. Desculpas são muitas. Mas comparar governos pode ser desastroso... para o atual governo!
Afinal, como não rir?
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Os ratos de rádio sumiram (em Aracaju)...
O plano engendrado por Chiquinho Ferreira, adjunto da Comunicação estadual, corria bem! Esta seria a grande semana de ovações pelo maior feito do governo Marcelo Déda. Afinal, após quase três anos de engambelação, finalmente a ponte Joel Silveira seria inaugurada.
Uma voz superior atrapalhou a farra. O chefe da Comunicação, Carlos Cauê, ordenou manter nas tocas os murídeos radiofônicos contratados por R$ 4 mil/mês para afagar o ego governamental e destroçar desafetos do governo – detalhe: apenas os lotados nas emissoras de Aracaju.
Carlos Cauê encontrou na repercussão negativa das denúncias de jornalistas e parlamentares da oposição da suposta contratação pela Secretaria de Comunicação de 50 ratos de rádio os argumentos, a ponderação para – ao menos por enquanto – silenciar as ratazanas.
De fato, o secretário Carlos Cauê, apesar da dileta amizade com o deputado Jackson Barreto*, criador do primeiro grupo de ratos de rádio a atuar em Sergipe, deixou de acreditar na eficiência da intervenção dos opinadores profissionais após constatar a proliferação dos murídeos.
Tantas eram as ratazanas a serviço de gente de todos os matizes políticos que alguns são hoje verdadeiras celebridades. Alberto Jorge, “nomeado” chefe da equipe de roedores do Governo das Mudanças para Pior, talvez seja o mais famoso. É sem dúvida um dos mais antigos em atuação na defesa dos interesses de Marcelo Déda e aliados.
Durante toda a semana os ratos de rádio simplesmente sumiram das emissoras de Aracaju. Nem Dom Raton Alberto Jorge de La Gatita apareceu! O silêncio apenas foi quebrado pela presença de alguns dos recém contratados, ainda insuspeitos pelo pouco desgaste.
Os ouvidos agradecem...
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Informa para confundir
O jornalismo da TV Atalaia carece de dejetos informativos para preencher o vácuo de notícias necessário à manutenção no ar de dois noticiosos diários. Quando os encontra, não se furta em usá-los.
Na terça-feira, reverberando boato loroteiro da Secretaria de Comunicação, Gilvan Fontes anunciou no Jornal do Estado a prestimosa colaboração do Governo da Mudança para Pior nas finanças públicas ao economizar quase 50 milhões na construção da ponte Joel Silveira.
“Quando começou no governo passado, a obra estava orçada em U$ 58 milhões – sim 58 milhões de dólares! – mas o governador Marcelo Déda conseguiu finalizá-la ao custo de 64 milhões de reais. Uma economia formidável”. Ledo engano: o contrato inicial era de 58 milhões, sim. Mas de reais, como atestam até jornalistas de vitrine!
Acreditar em tudo que se ouve por aí tem certas desvantagens...
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(*) Leia texto sobre a introdução dos ratos de rádio no cotidiano das emissoras sergipanas: http://abraoolho-dmilk.blogspot.com/search?updated-max=2009-10-13T14%3A29%3A00-03%3A00&max-results=10.
Um comentário:
David, como vc mesmo faz questão de dizer que não acompanha os programas de rádio, vc não poderia saber que quem iniciou as comparações sobre as pontes foi o deputado federal José Carlos Machado, que depois disso repetiu os argumentos em seu twitter. O problema é que ele esquecer de dizer que a ponte João Alves Filho foi orçada em 120 milhões e acabou custando 190 milhões, por conta dos aditivos. Coisa parecida, a construtora que ganhou queria fazer na ponte Joel Silveira. Ganhou com um preço menor do que poderia fazer, para tentar chantagear ou corromper para ganhar aditivos. O atual governo não permitiu e por diversos momentos a obra ficou paralisada por que o governo não aceitou a chantagem. Isso é respeito ao dinheiro público, coisa que faltava ao governo passado. Quanto ao fato da turma de João Alves querer forçar a barra e só faltar dizer que foi João Alves que construiu a ponte Joel Silveira vai uma dica: parem de acreditar que o povo é burro, ignorante, imbecil. Esse pode ser um erro fatal.
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