Terça-feira, 01 de Dezembro de 2009 – 20h05

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>> É Duro Ser Vidraça

>> A Vaidade é um Veneno

É Duro Ser Vidraça

Edvaldo Nogueira foi entrevistado nesta terça-feira pelo jornalista Gilmar Carvalho (Ilha FM). Por cerca de 120 minutos, o prefeito respondeu sobre temas diversos. Centrou esforços, porém, para vender seu peixe: a decantada qualidade de vida de Aracaju, fruto de uma administração operosa.

Por cerca de 90 minutos, Edvaldo Nogueira falou sozinho –o telefone esteve suspenso e só foi liberado nos 30 minutos finais do programa. Foi um massacre quando os ouvintes finalmente puderam apresentar ao prefeito a verdadeira qualidade da vida dos cidadãos menos abastados. Edvaldo Nogueira ficou aturdido.

A cada nova intervenção da audiência –curiosamente os ratos de rádio não compareceram para trabalhar– o prefeito via-se numa enrascada. Quando alguém lhe informou ter passado 60 dias para realizar um exame médico num posto de saúde municipal, Edvaldo Nogueira teve o desplante de dizer, numa péssima comparação, que o mesmo ocorreu com ele quando precisou usar os serviços da Unimed...

Alguém precisa dizer a Edvaldo Nogueira que qualidade de vida pressupõe serviços públicos dignos para atender a população mais pobre. Rico não precisa de médico nem de professor pago pelo erário. Se a qualidade de vida só alcança quem mora na Zona Sul, não conta.

Depois das pedradas dos ouvintes, Edvaldo Nogueira arranjou rapidinho um “culpado” para a calamitosa situação: o apresentador do programa. Na saída da emissora, imaginando-se longe de ouvidos curiosos, comentou com o secretário municipal de Comunicação, jornalista Marcos Cardoso: “P... Marcos, Gilmar só bota pra f...”. É duro ser vidraça!

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A Vaidade é um Veneno

O burburinho quanto ao “bom desempenho” do governador Belivaldo Chagas, especialmente no trato com aliados e assessores, incomodou Marcelo Déda. Contrariando orientação médica, incontido, Ele retornou de São Paulo. Resultado do abuso: na semana seguinte, com urgente crise, era operado pela segunda vez no Hospital Sírio Libanês.

Sábado retrasado, Marcelo Déda retornou a Sergipe para votar na eleição que escolheu a nova diretoria do PT, ocorrida no domingo. Deu entrevistas, cumprimentou a militância, e apesar da aparência fragilizada, manteve o sorriso largo e a verve poética.

Marcelo Déda ainda não decidiu quando reassume oficialmente o comando do governo. Sobre Belivaldo Chagas, a quem define como correto, o governador ressalta a lealdade do seu vice: “Tenho participado cada vez mais do governo, até porque Belivaldo me consulta sempre e me mantém informado do dia a dia da administração”.

Quem ouve Marcelo Déda proferir loas sobre Belivaldo Chagas é levado a crer na absoluta intenção do governador em cumprir as ordens médicas de repouso, para acelerar a recuperação. Lamentavelmente, a vaidade tem-lhe sido o maior empecilho.

Novamente incontido, o governador licenciado presidiu na segunda-feira uma reunião com o governador em exercício, e os secretários da Segurança Pública, Casa Civil, Governo, Comunicação, além do presidente do Banese. Pauta: discutir a situação de militares em desvio de função.

Só a soberba vaidade de Marcelo Déda poderá justificar a presença dele no encontro. Belivaldo Chagas, aquele com quem o governador licenciado conversa sobre tudo, poderia encaminhar a solução de acordo com suas determinações. Mas a Marcelo Déda não basta ordenar, até para mostrar quem de fato manda –como se todos já não soubessem.

Belivaldo Chagas tem sido recorrentemente humilhado, especialmente pelo grupo mais afinado diretamente com Marcelo Déda. Cada passo do governador em exercício é monitorado. Nenhuma ordem dada por ele é executada sem o “de acordo” do “Número Um”. Agora, o próprio Marcelo Déda demonstra seu menosprezo pelo vice-governador.

A vaidade é um veneno. Marcelo Déda foi obrigado a submeter-se a uma segunda cirurgia, após quase um mês da primeira, por não respeitar os limites do corpo ao encantar-se com a voz do ego. A melhor atitude para garantir-lhe o pronto restabelecimento físico é tentar controlar o desejo imensurável pelo mando, e atentar para o prejuízo que pode causar a si e aos demais do seu ajuntamento político caso não esteja devidamente preparado para o embate de 2010.

4 comentários:

Tv vontade do povo disse...

O Príncipe jamais deixaria alguém brilhar (afff me lembrei da estrela do PT)no que ele acha que é seu reino. Custe quantas cirurgias forem necessárias!!! E viva a vaidade.

Anônimo disse...

Marcelo Déda é um homem muito inteligente, por isso reconhece inteligência nos outros, logo reconhece além de inteligência, capacidade de liderança de Belivaldo Chagas!
Como todos os fatos enunciados são verídicos e incontestáveis, Déda sente a sua posição ameaçada por não praticar a sua inteligência em favor do Estado, enquanto outros realizam essa prática!
Sou PT, mas cuidado Sr.Déda que a sua esquerda é muito mais direita do que a de muitos

Márcio Rocha disse...

Isso é complicado. A vaidade pode até ferrar a saúde.

Guizão disse...

Engraçado rapaz é que o locutor do palácio nunca mais elogiou o governador em exercício. Até prá locutor de solenidade há censura nesse governo. As fitas foram todas ouvidas. Alô alô senhor locutor cuidado prá não falar palavra errada.