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>> Nuzuvidos do Povo Só Naurêa
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Nuzuvidos do Povo Só Naurêa
Preparem-se! Vem aí um grandioso barulho. Artistas ligados à música urdem expor publicamente certo entrave com o governo estadual e a prefeitura de Aracaju: a nítida preferência dos âmbitos culturais das respectivas administrações pela banda sergipana Naurêa.
Inicialmente, deve-se dar o desconto devido aos invejosos, porquanto, apesar de bastante caricata e do ralo conteúdo cultural tipicamente local, a banda fez um público entre os “cabeças”, sobretudo pré-universitários e universitários.
Para além do namoro com este público específico, a Naurêa tem sido imposta a todo tipo de audiência nos eventos pagos com dinheiro do erário nos últimos cinco anos –Forrocaju, Reveillon, Projeto Verão, Sergipe Verão tiveram a participação da banda. Na programação do Projeto Verão Sergipe 2010, lá está a onipresente Naurêa.
No sábado 14/11 o Parque da Sementeira foi palco do Projeto Circuito Cultural BR, promovido pela Petrobras em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). Representando Sergipe estava quem? Naurêa...
A presença da Naurêa em todos os eventos bancados pelo governo estadual e pela prefeitura da capital tem deixado os demais artistas irritados. De fato, observando a “coincidência” –apenas uma outra banda, a Maria Escombona, fura o bloqueio em alguns momentos–, a pulga coça atrás da orelha.
Em 20/05, a Agência Sergipe de Notícias informava o início da quarta turnê internacional (entre 28/05 e 28/06) da Naurêa, com apresentações na Alemanha e Suíça. Disse a então secretária estadual de Comunicação, Eloísa Galdino: “A Naurêa é uma das mais importantes bandas da cena musical de Sergipe”. A ladainha serviu para justificar os R$ 15 mil pagos por Madame Galdino a Naurêa para custear as passagens aéreas para a Europa.
Deve haver alguma boa razão para o afetuoso carinho exclusivista com a Naurêa, pois, além de bancar as apresentações da banda, as administrações de Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira também garantem subsídios para a insossa batucada perambular mundo afora, em detrimento de todos os demais artistas locais.
Mas afinal, por que só a Naurêa toca e desfruta de alto prestígio? Uma dica: o baixista da Naurêa, conhecido como Alemão, é diretor de Cultura da Funcaju. Outra interessante dica: um dos vocais da Naurêa, Alex Santana, é diretor de Programação do Sistema Aperipê. De quebra, a mulher dele também é funcionária da Funcaju...
Por tudo isso, parafraseando a vaidosa secretária estadual de Cultura, Eloísa Galdino, “a cena musical de Sergipe” subiu o tom. O desconforto tornou-se ira e, nada contra a Naurêa em especial, o chumbo promete ser grosso. É aguardar para ver!
A Preferida do governo no Projeto Verão 2008
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Conceição Vieira é Muito Abusada
Como se completamente dopada, longe do mundo real, a deputada Conceição Vieira, secretária estadual de Combate à Pobreza, segue com a campanha antecipada à reeleição. Nada (ninguém) a impede de afrontar o calendário eleitoral.
Sexta-feira, 27/11, 08h45. Início da Rua Nestor Sampaio em Aracaju. O veículo Kombi (carro de som) de placas HZT1059 convidava a população do bairro Ponto Novo para um encontro na associação de moradores, onde seriam realizadas atividades sociais patrocinadas com dinheiro público.
O veículo foi fotografado (veja as fotos logo abaixo), para uma vez mais –a terceira, aliás– suscitar o Ministério Público Eleitoral e o TRE a praticarem a inconveniente, porém importantíssima missão, de evitar aos poderosos o uso da máquina pública em benefício próprio, além de coibir eventuais atropelos a Lei Eleitoral, supostamente ainda em vigor no país.
Conceição Vieira é de fato muito abusada. Desfilou com retrato enorme num minitrio pelas ruas de Itabaí durante a Festa do Jegue, tradição do município (veja escrito anterior). Semana retrasada, usou o mesmo minitrio para anunciar um evento social patrocinado por ela na comunidade do Conjunto Augusto Franco. Na sexta-feira, de Kombi sonorizada, vadiou pelas ruas do Ponto Novo, desta vez para anunciar serviços sociais de uma associação, pagos com dinheiro público.
A questão é: quando, finalmente, vai se dar um basta nisso tudo?
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