Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009 – 17h05

A Chorar o Leite Derramado

O TTB (Teatro Tobias Barreto) vai receber amanhã o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, para proferir a palestra de encerramento à VIII Semana Jurídica Nacional, promovida pela Universidade Tiradentes.

No Brasil inteiro, por onde passa, o chefe da Suprema Corte nacional é alvo das manifestações de jornalistas chorosos, desde a abolição do diploma para o livre exercício da profissão. Os de Sergipe, sob a liderança da representação sindical local, também farão seu protesto.

Os lamuriosos desdiplomados andam com Gilmar Mendes “atravessado na garganta” e preparam colheres de pau, panelas, apitos e narizes de palhaço para receber o ministro no TTB.

Trata-se de lamentável perda de tempo. Se ações devem ser efetivadas para tentar reavivar a calamitosa reserva de mercado, o palco adequado é o Congresso Nacional.

A personificação de Gilmar Mendes como “inimigo” da classe ocorre pela nefasta influência da esquerda tardia, refugiada nos órgãos de representação dos jornalistas, e através das páginas de “profissionais” da Comunicação Social espalhadas pela Internet.

Gilmar Mendes pode ter vários defeitos. Inclusive o de não atender ao desejo dos jornalistas de deificação do diploma ao votar contra sua obrigatoriedade. Mas é apenas um entre os votos decisórios.

As manifestações dos desdiplomados contra o ministro pelo Brasil afora não ocorrem, de fato, pelo seu voto em si. Mas pelas palavras dele pós-voto, ao comparar jornalistas a cozinheiros e costureiras.

O ato público, com direito a apitaço, panelaço e narizes de palhaço, “representando o ministro, claro”, é somente um “ato de vingança”. Poucos noviços na profissão se dão conta disso.

Aliás, convenhamos, “apitaço”, “panelaço” e “narizes de palhaço” são modos antiquíssimos de apimentar protestos. Neste caso, a falta de criatividade dos colegas compromete até a qualidade intelectual da manifestação.

Como forma de contribuir com os tantos chorosos “caçadores de notícias” desdiplomados, recomendo a substituição dos citados adereços por outros, mais modernos e bem melhor adequados: orelhas de asno!

Representariam com fidelidade a quase totalidade dos piqueteiros...

Cala-te Boca

O melhor remédio ante o indefensável é mesmo manter a língua inativa. A prescrição serve ao deputado Garibalde Mendonça, um sujeito cuja voz só é ouvida em ano bissexto. Mas quando resolve abrir o bico...

O nobre parlamentar narrou aos colegas na Assembléia, conforme o “Periscópio” do Jornal da Cidade (terça-feira, 11/09), o périplo que fez depois de ouvir as críticas da oposição quanto à qualidade do recapeamento da rodovia entre Itabaiana e Canindé, alcunhada pelo governador das mudanças para pior de “Rota do Sertão”.

Disse Garibalde Mendonça: “Percorri os 216 km daquela obra, fiz questão de ir até lá e verificar se as acusações de que a estrada já está ruim procedem e queria tranquilizar a todos porque os buracos existem, mas eles são normais e não passam de 50”.

Reveja: “buracos existem”, “são normais” e “não passam de 50”!

Melhor seria se Garibalde Mendonça nada tivesse dito, até porque a “obra” tem apenas quatro meses de inaugurada e em vários discursos –a cada trecho inaugurado, Marcelo Déda fez um comício– o governador disse que iria durar “uma década”.

“Um lugar ao Sol”

Não, não é filme ou espetáculo teatral. Trata-se do nome de batismo da ONG (Organização Não Governamental) de “propriedade” da secretária estadual de Combate à Pobreza, deputada Conceição Vieira.

Ao criticar a enxurrada de dinheiro repassado pelos governos a essas entidades, o deputado Venâncio Fonseca citou as inúmeras qualidades da “Um Lugar ao Sol”. A ONG, com sede em Japaratuba, faz de tudo: obra de pavimentação, de esgotamento, de construção de casas...

“É a Odebrecht de Sergipe”, rebatizou apropriadamente Venâncio Fonseca.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse Gilmar é mesmo um artista. Só veio pq o evento é no Teatro. Ele gosta dessas coisas.