- Parêntese importante – Por tratar-se de órgão extra-oficial do governo das mudanças para pior, o Jornal do Dia merece todo o crédito. A edição deste domingo fala em milhões e não em R$ 600 mil apenas, como valores pagos por Marcelo Déda à Construtora Gautama. Diante dos “novos” números, quem fala a verdade: o governo do PT, ao declarar quanto de fato repassou ou o JD. Seria mais outra das recorrentes barrigadas?
A primeira etapa da adutora do São Francisco foi inaugurada em 1980, no governo de Augusto Franco. Aracaju passou a ser a primeira capital do Nordeste abastecida pelo São Francisco. Em 1992, João Alves Filho iniciou o projeto para a duplicação do sistema, considerado obsoleto para atender à demanda futura. Coube a Albano Franco contratar a empreiteira, em 1997. Ao assumir o terceiro mandato (2003), João Alves Filho encontrou a obra em andamento com a Construtora Gautama. A adutora do São Francisco é uma obra gigantesca. Começou com Albano Franco, teve seqüência na gestão de João Alves Filho e segue no governo do PT. Custou até agora mais de R$ 220 milhões. Financiada pela Caixa Econômica Federal, a obra teve e tem todas as fases de construção fiscalizadas. Pela própria CEF e também pelo Tribunal de Contas da União. Três governos se passaram. Muitos personagens se envolveram com a empreiteira. Uns aparecem na denúncia ao STF. Outros não. O interessante é imaginar o desvio de R$ 178 milhões em três gestões – ou 80% do valor da obra – e a pecha de ladrão recair apenas sobre uns poucos (adversários). Evidências colhidas pela Polícia Federal suscitam surpresa ante a ausência de Belivaldo Chagas entre os indiciados, partindo do princípio de que a “suspeita” deveria valer para todos. Também, não se deve duvidar da possibilidade bastante plausível de perseguição política. Num país onde até ministros da mais alta corte de Justiça têm os telefones “monitorados” pelos arapongas do governo do PT, tudo é possível. A oposição, portanto, tem todo o direito de estranhar...
- A TRANSPARÊNCIA DA MUSA DA PROBIDADE
- Os oposicionistas na Assembléia tentaram a todo custo convencer a bancada do governo a endossar o requerimento à Secretaria de Comunicação solicitando o valor do "investimento" nas publicações onde a secretária Eloísa Galdino aparece com destaque.
- Não houve acordo. O líder governista fez muxoxo do pedido de informação. Para Francisco Gualberto, transparência tinha serventia apenas quando o PT estava na oposição. Hoje, "mando eu!".
- Quinze dias se foram e nada da Secom se manifestar, apresentando espontaneamente os contratos firmados.
- Madame Galdino poderia agora mostrar que nada tem a esconder e revelar quanto finalmente pagou para posar para jornais, revistas e programas de TV, porquanto auto-proclamada musa da transparência e da probidade nas dezenas de entrevista que deu.
- A conta, dizem certos desafetos, é de dar água na boca...
Um comentário:
Soube que boa parte da denúncia (eu não li) diz que houve direcionamento na licitação para que a Gautama ganhasse o contrato. Se isso é verdade e se no governo João Alves esse contrato já existia, portanto é mais um motivo de não entender porque uns sim, outros não.
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