NÚMEROS SÃO NÚMEROS
As muitas tragédias acumuladas em 15 meses de administração solapam o projeto de poder urdido pelo governador Marcelo Déda. O imaginado “passeio” tem-se transformado num tormento diário.
Inúmeros erros, arrogância desmedida, perseguição desproporcional e incompetência generalizada geram a ira no distinto público.
Mudanças de altos comissários são cogitadas e estariam em costura, aproveitando a desincompatibilização de quem pretende disputar cargos de prefeito e vereador.
Talvez seja a grande chance de Marcelo Déda contratar currículos capazes de por o governo para funcionar de verdade.
Comentar sobre males já corriqueiros, da finalmente admitida epidemia de dengue à calamitosa insegurança pública, levaria o cronista a repetir-se, porquanto são temas discutidos à exaustão.
A bola da vez é a fachada de “profissional qualificado e eficiente” pintada com sete robustas camadas no secretário Nilson Lima.
A Fazenda estadual serve de excelente parâmetro para aferir qualidades. O discurso de campanha, cujo mote era mudar para dar à máquina feição modernosa, degringolou com o insosso incremento da arrecadação do ICMS.
Nilson Lima mostrou-se incapaz de avançar em vários setores menos tortuosos, como a relação com os servidores. Mas é justamente com os mecanismos de cobrança onde tem o pior desempenho.
A arrecadação de ICMS em 2005 foi de R$ 885 milhões*. Em 2006, o ex-governo fechou a gestão com 23% a mais em caixa: R$ 1,092 bilhão.
Já sob o comando de Nilson Lima, a arrecadação minguou. Sem descontar a inflação, avançou apenas 9,6%: R$ 1,196 bilhão (2007).
Números tão desabonadores no ICMS são alguns dos muitos a envergonhar o governo do PT. Há outros, como o de mortes pela violência, pela imundície dos hospitais e por falta de prevenção à dengue.
Há ainda o número de dias e dias sem professores em sala de aula, sem sementes para plantar e sem alguém para reclamar, pois o governador estava ausente, viajando.
Números, números...
Se Marcelo Déda não acordar para a triste realidade e honrar a promessa de mudança, a soma dos votos necessários para reeleger o candidato dele à Prefeitura de Aracaju agora em novembro, e a ele próprio em 2010, pode lhe trazer resultados bastante desagradáveis.
Nunca é demais prevenir-se!
- (*) Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária/Sefaz.
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