Segunda-feira, 25.02.2008 - Ano II - Edição Número 229

SOLIDARIEDADE AO GOVERNADOR MARCELO DÉDA
A casa legislativa estava cheia. Quando o governador Marcelo Déda entrou no plenário da Assembléia sexta-feira à noite para dar posse aos dirigentes recém-reeleitos da direção do PT, foi aplaudido efusivamente. A ovação, porém, não o fez mudar um único milímetro do propósito de aproveitar a ocasião para espezinhar o governo de João Alves Filho e fazer queixas contra aliados e militantes do PT. Depois da costumeira ladainha de ser o governo dele o mais honesto de toda a Via Láctea, Marcelo Déda disse que auditorias estão sendo feitas em todos os setores, “mas sem alarde”! Também ratificou o tom do discurso a ser adotado na campanha eleitoral contra o temido adversário: “Eu vou mostrar os erros, a corrupção e a maior orgia com o dinheiro público”. Não, o governador da mudança não estava se referindo à famosa “micareta picareta”. Falava sobre o ex-governo! E adiantou: “Documentos não faltam...”. Contudo, o trecho mais feérico da eloqüente falação foi dirigido aos próprios correligionários. Marcelo Déda queixou-se das traíras “que levam à imprensa” fatos relacionados ao seu governo: “É preciso conversar antes, senão sangra. E cada gota do nosso sangue fortalece os vampiros que querem nos derrotar. Não podemos dar munição aos inimigos que buscam retomar o poder”. O pito tinha como destinatário os sindicalistas presentes ao ato, especificamente os ligados à Saúde e à Educação. Marcelo Déda, de fato, tem se mostrado muito preocupado com o crescimento da oposição. A última pesquisa de intenção de voto para prefeito de Aracaju, realizada pelo Instituto Padrão entre os dias 16 e 17 com 675 eleitores de 26 bairros e do Centro da capital, apresentou como prováveis candidatos Almeida Lima (PMDB), Edvaldo Nogueira (PCdoB), João Alves (DEM) e João Fontes (PPS). João Alves estaria à frente com 43.9%, Edvaldo Nogueira em segundo com 26.3%, Almeida Lima teria 14.2%, João Fontes 7.7%, nenhum deles 4.9% e não souberam responder 3.3%. Apesar dos números temerários para o candidato governista, sobretudo pela constante estabilidade do ex-governador João Alves Filho (sempre acima dos 45%) e do avanço do senador Almeida Lima, o queixume de Marcelo Déda contra os próprios correligionários decorre da má fama que toma conta do governo do PT: o desprezo pela decência! São compras de mais de R$ 200 milhões na Saúde sem licitação, má gestão em unidades hospitalares com a morte de paciente como se fossem pulgas, estudantes espancados por protestar contra as condições físicas da escola, superfaturamento na compra de alimentos para a merenda escolar... Para citar alguns rápidos exemplos. É disso que ele se contorce de medo! De forma inusitadamente humilde, Marcelo Déda pediu à companheirada que maneire na entregação, evitando passar para jornalistas e radialistas os podres que ocorrem nos subterrâneos do governo da mudança. Encerrou a falação com um apelo dramático, próprio de quem sabe o quanto tem sofrido: “Ninguém venceu na História desconhecendo a que bloco pertence, tratando companheiro como se fosse inimigo”. O príncipe do PT tem razão. Com tanto dedo-duro dentro do próprio governo, fica difícil esconder as mazelas! Assim, verdadeiramente solidários com o governador da mudança, reiteremos esse solicitação tão profundamente lamuriosa: vocês dos sindicatos, calem essa boca...

Um comentário:

Ativista disse...

adorei essa reportagem, e realmente fica difícil esconder as MALEZAS DO PT.
Meu caro David Leite vc precisa é ver o PT aqui do Municipio de Rosário do Catete - A maior podridão, com brigas internas e muito. Quando tiver um tempo publique algo de Rosário ok
ABRAÇÃO
Hélber Rolemberg