Segunda-feira, 11.02.2008 - Ano II - Edição Número 221

A BOCA TORTA E O CACHIMBO DE DÉDA
A propalada transparência na licitação para a publicidade e propaganda do governo do PT, conduzida pela obsequiosa Secretaria Estadual de Comunicação, pode ser na verdade o próximo cachimbo a entortar a boca do governo Marcelo Déda. Aos poucos, observam-se detalhes conflitantes a permear as empresas importadas “vencedoras” do certame – PPR Profissionais de Publicidade, do Rio de Janeiro, e Link/Bagg, da Bahia. Curiosamente, como se possuidora de contatos com o além ou ligada a poderosos místicos, a agência Quê Comunicação, ganhadora em novembro último de 40% da conta de publicidade do governo da mudança, já estava instalada em Aracaju desde 31.01.07, sob o CNPJ 05.411.322/0005-70, cujo titular é a PPR (Profissionais de Publicidade Reunidos). A empresa, segundo evidências, pode ter prestado consultoria informal à Secom desde então, enquanto a licitação, paralelamente, era conduzida. A fama da Quê/PPR no submundo das espertezas contra o erário público vai longe. Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União feita na Petrobrás, “a agência teria recebido indevidamente honorários por serviços que em momento algum foram efetivamente prestados”. Outras irregularidades citadas no relatório do TCU contra a Petrobrás, envolvendo a Quê/PPR, são a "subcontratação indevida, ausência de cotações de preços e licitação, fracionamento de despesa e realização de despesas com festividades". Numa daquelas coincidências conspiratórias, os fatos narrados no citado relatório ocorreram exatamente à época em que estava no comando da Petrobrás o sergipano José Eduardo Dutra. Outra infeliz coincidência: a Quê/PPR é unha e carne com a corrente petista “Articulação”, do presidente Lula da Silva, do “chefe da quadrilha” José Dirceu e do governador Marcelo Déda. A empresa presta serviços, digamos assim, a várias administrações petistas (especialmente em São Paulo) e a empresas do governo federal, como os Correios. Aliás, é justamente nos Correios onde o TCU vasculha novas e inusitadas tramóias da Quê/PPR. Um relatório muito esclarecedor está sendo finalizado pelos auditores do tribunal. A Link/Bagg, por sua vez, tem uma fraterna ligação com a DNA Propaganda do carequinha Marcos Valério, aquele bom moço do mensalão, que segundo o Grande Molusco “nunca existiu”. Ambas atuaram juntas em várias “concorrências” e “campanhas” do interesse do PT. Recente auditoria do TCU nos Correios verificou que a Link/Bagg “recebeu comissão sem prestar serviços, não justificou a terceirização de agências por ela sublocadas e apresentou propostas fraudulentas para comprovar a subcontratações de produtos e serviços”. Soa como repetição das mesmas contravenções cometidas pela Quê/PPR na Petrobrás. Mas aqui não há coincidência. O TCU crê num provável esquema engendrado em larga escala em vários órgãos da administração pública onde empresas de publicidade são usadas para fins muito específicos. E não apenas a federal! . Velha Conhecida – A Link/Bagg trabalhou para Marcelo Déda em 2000, na eleição que o levou à prefeitura de Aracaju. Serviu-o quando prefeito e depois trabalhou nas suas campanhas de reeleição à prefeitura e ao governo. No caso da Secom de Sergipe, a Comissão Especial de Licitação, ao analisar os documentos apresentados pelas agências concorrentes, detectou a falta da imprescindível Certidão Conjunta de Débitos Relativos a tributos federais e também a referente à Dívida Ativa da União da Link/Bagg. Declarou, então, a empresa inabilitada, ou seja, fora da licitação. Não valeu de nada! Como acabou vencedora do certame, a dita certidão deve ter sido devidamente “encaminhada”, ainda não se sabe como! Com tal rosário de incúrias a chamuscar as agências Quê/PPR e Link/Bagg, só resta pedir aos Céus que elas não se utilizem da renomada experiência em ilicitudes para seviciar os cofres públicos sergipanos, atendendo interesses comezinhos! Supondo, claro, que já não o tenham feito desde que aqui aportaram. É esperar e ver para qual lado a fumaça vai apontar... .
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MAMAS OU NÃO, MOFIO?
Em 19.11.07, o DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO publicou o decreto de nomeação do vestuto e zaratustro “faz-de-tudo” Zoroastro Penha Sant'Anna para o cargo de consultor técnico-operacional (CCE-07: R$ 2.279,49/mês) na Secretaria de Saúde, a partir de 01.12.07. Dez dias depois da suposta posse, o jornalista baiano-carioco-paulistano, radicado em Sergipe desde quando foi exilado pelos conterrâneos, escreveu seu “Adios muchachos” (Portal INFONET, 11.12.07). Era, para desespero dos credores e satisfação de certos desiludidos ex-amigos, o tchau do distinto. Mudava-se para o Sudeste! Escreveu ele na missiva do adeus: “...o fato é que resisti às oportunidades de trabalho para mudar de Sergipe, preferi ficar para fazer parte da mudança de Sergipe. Entretanto, agora não posso deixar de atender à convocação do Ministério da Cultura para assumir a Assessoria de Análise e Pesquisa de Programação da TV Brasil, nossa emissora pública, no Rio de Janeiro, onde acabo de chegar”. A pergunta que não quer calar: estaria o primo da fofoqueira Bernadete a mamar sem trabalhar, recebendo salário do governo mudancista do PT, que tão lisonjeadamente ajudou a eleger? Alguém por acaso viu o decreto de exoneração do rapaz?

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