:: Sexta-feira, 25.01.2008 – Ano II - Edição Número 216 ::

SOBRE A MUDANÇA NA SECOM
Leitores contestam o valor de compra do imóvel destinado pela Secretaria Estadual de Comunicação Social para abrigar os integrantes do Núcleo de Multimeios, situado no número 05 da Rua José Oliveira Filho, conjunto Leite Neto, do bairro Grageru em Aracaju. A dita casa, na opinião de alguns deles, não valeria entre R$ 500 e 600 mil, conforme apontado por este ABRA-O-OLHO na edição de ontem, citando um corretor de imóveis consultado. Diz um dos leitores, com parentes residindo nas proximidades da citada casa: “Não faz um mês, um sobrado com dimensões semelhantes, localizado na Rua B, foi adquirido por R$ 180 mil – os antigos proprietários chegaram a pedir R$ 200 mil, mas o negócio foi fechado por menos. Outros imóveis nas mesmas condições não passam dos R$ 250 mil, variando somente de acordo com o acabamento e a localização”.
Em sendo assim, o valor alocado pela Secom apenas para reformar o imóvel da Rua 05 – R$ 206.980,01 – corresponde praticamente ao seu valor final no mercado imobiliário, o que coloca a secretária Eloísa Galdino numa situação extremamente delicada.
Outra dúvida, que em breve será dirimida, é a quem de fato pertenceria a casa. O valor exageradamente alto gasto pelo governo do PT para reformar uma residência bastante simples e de propriedade particular, sem contar um possível aluguel de R$ 12 mil/mês, sugere que pode haver alguma esperteza, algum tipo de vantagem por detrás de tamanha bondade.
Só o tempo dirá...
.
.
NAS RUAS
É nítida e descaradamente declarada a movimentação do pré-candidato ao pleito municipal de 2008, Edvaldo Nogueira Foguinho, antecipando a propaganda de campanha, que pelo calendário eleitoral ainda não começou. Segundo normativa do Tribunal Superior Eleitoral – TRE, qualquer ato de divulgação de candidatura somente é permitido a partir de 05 de julho do ano das eleições.
Não obstante, Foguinho cata votos em eventos públicos, aproveitando a estrutura montada com o patrocínio de dinheiro público. Na sexta-feira passada, por exemplo, ele subiu no palanque do “Projeto Verão”, onde dançou junto com seu maior cabo eleitoral, o governador Marcelo Déda, a “Dança do Siri” da turma do “Pânico Na TV”. Era um show pago pelo governo do PT e só não acabou em comício, com Edvaldo sendo apresentado como o candidato de Marcelo Déda a prefeito de Aracaju, por que uma turma de universitário bichos-grilo ameaçou com vaias.
Em Aracaju, aproveitando a ressaca do Pré-Caju, a Associação de Blocos e Trios de Sergipe – ASBT espalhou pela cidade out-doors louvando a contribuição de Foguinho para o sucesso da festa: “Valeu, Edvaldo! A cidade entrou no clima da alegria”. Desnecessário dizer que a prefeitura da Capital é patrocinadora do evento. Ou seja, dinheiro público foi repassado à ASBT, que agora agradece ao prefeito-candidato através dos cartazes.
Para o Ministério Público Eleitoral, a simples veiculação de material de propaganda política antes da data inicial da campanha caracteriza desrespeito à lei. O entendimento já foi consagrado em decisões anteriores do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Regional Eleitoral. Mas em Sergipe, pelo visto, a lei não vale para todos...

Saiba do que é proibido antes de 05 de julho de 2008

  • - Propaganda eleitoral direta e disfarçada
  • - Distribuição de santinhos, folhetos e volantes de políticos
  • - Alto-falantes e amplificadores de som divulgando candidatos
  • - Banners- Cartazes- Outdoors- Comerciais de rádio e televisão
  • - Publicidade em jornais e revistas
  • - Comícios- Carreatas- Faixas- Estandartes
  • - Propaganda virtual (pela internet ou por e-mail)

NA UTI

Quem atravessou a ponte do São Francisco em Propriá por estes dias constatou quão degradado está o rio no trecho próximo à foz. Imensos bancos de areai se formaram embaixo da ponte, que exibe suas sapatas de sustentação, algo jamais visto anteriormente, mesmo durante os mais duros verões, quando a vazão de Sobradinho limita o volume de água liberado para a hidrelétrica de Xingó.
As imagens chocam pela visão de penúria de um rio antes caudaloso, que permitia o tráfego de grandes embarcações e chegava a avançar até 16 km mar-adentro. Caravelas portuguesas, no período da colonização brasileira, abasteciam os tanques de água potável bem antes da foz, provando a força do Velho Chico séculos atrás.

Nenhum comentário: