E.Zine 24/07 N112

QUEM SERÁ? A briga entre vermelhos e aliados pela indicação do nome do substituto do desembargador Pascoal Nabuco promete ferver caldeirões. Uma campanha sistemática contra o candidato de Sua Alteza Real, ex-presidente da OAB/SE e atual procurador-geral do estado Edson Ulisses, está em pleno cozimento. À frente, o chef senador Antônio Carlos Valadares. A quem pode, quando pode e onde pode, ACV queima feio Edson Ulisses, especialmente por ter seu próprio candidato e pelo fato trágico para o momento de ser o pretendente cunhado do garboso príncipe. Membros do Adulatório Real e até gente da imprensa que em passado recente sofreu tratamento agressivo do claudicante monarca defendem Edson Ulisses com afinco. "Cunhado não é parente", dizem. A blindagem visa evitar qualquer ilação de nepotismo. Quem também é contra a indicação de Edson Ulisses é o presidente Henry Clay. Pendengas ainda não totalmente superadas por conta da eleição passada para a diretoria da OAB/SE afastaram os antigos aliados. Caberá à seccional indicar a lista com os seis advogados mais votados pela categoria e encaminhá-la ao pleno do Tribunal de Justiça. O TJ escolhe três e passa a bola a Sua Alteza Real, que indicará o candidato de sua preferência. Estando Ulisses na lista, nada poderá impedi-lo de assumir a cadeira de desembargador. Há também entre os magistrados alguns torcendo o bico para o candidato do elegante príncipe. Este pequeno, mas influente grupo pensa na "despolitização" desta nova indicação. Querem conviver com almas notoriamente jurídicas, no sentido latus dos termos. Assim, com tanta gente influente contra sua indicação, Edson Ulisses terá uma campanha de fogo pela frente. Ter como padrinho Sua Alteza Real certamente traz certo peso. Mas, terá o príncipe disposição (e tempo, já que vive viajando) para a empreitada? Há quem duvide! E os aliados, vão mesmo peitar Sua Alteza Real? Medir forças agora não poderia refletir em embates vindouros, com conseqüências inimagináveis? Cabedal - Pode algum incauto questionar: não se deve levar em conta o currículo dos candidatos numa escolha tão importante para a sociedade? Observando os últimos laureados, certamente este não é um atributo realmente relevante. Há outras prioridades! DISCURSOS! SÓ DISCURSOS... Completa uma semana o mais trágico acidente aéreo da história do País. Não se sabe ao certo, mas especialista estimam entre 200 e 220 as vítimas envolvidas. Com a explosão do vôo da TAM, também virou pó a última reserva de confiança no sistema de aviação civil nacional. Não há dúvida, neste tocante, da grande responsabilidade do governo federal. O apagão aéreo fazia dez meses e os vermelhos, mesmo diante do caos, insistiam que a crise estava superada. O ministro (Fazenda) Guido Mantega, em mais uma frase de muito efeito e nenhum resultado, culpou "a prosperidade econômica" (sic) pelo colapso. Depois veio a infeliz sugestão da ministra (Turismo) Marta Suplicy para os passageiros "relaxarem e gozarem". Por fim, o Brasil assistiu atônito como os vermelhos tratam o luto oficial, enquanto ainda fumegavam os escombros do acidente: de um lado condecorando diretores da Anac oficialmente; do outro, o gestual obsceno dos assessores quando souberam da possível falha mecânica do AirBus a resumir o sentimento de "indignação em vista da exploração política da oposição e da imprensa". Se a causa do acidente não estiver na pista de Congonhas, ainda assim o governo do Grande Molusco é um dos principais culpados. Só depois do sinistro, resolveu conter a fúria mercantilista das companhias aéreas, contrariando passageiros ante a comodidade do aeroporto central, e redimensionar o terminal à sua real capacidade para pousos e decolagens. Prometeu ampliar outros aeroportos de São Paulo e até construir um novo. Se vai mesmo fazer ninguém sabe. As promessas passadas continuam meras promessas. Ao declarar-se na TV de "coração sangrando", o compadre-salvador da Pátria expunha lágrimas de crocodilo. Não trabalhou para evitar novos acidentes e agora lamenta. Chega de palavras ao vento. Chega de discursos oportunistas. É hora da ação. Pelo bem do País e para evitar mais tantas mortes! PS: As evidências estão a indicar que a TAM parece brincar com fogo, apostando alto na sorte para manter a frota no ar. Uma investigação séria poderá, finalmente, esclarecer como a companhia executa a manutenção dos seus aviões.

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