E.Zine 06/07 N100

TENDENCIOSAMENTE VERDADEIRO Ano passado, quando da inauguração dos Hospitais Nestor Piva (Zona Norte) e Fernando Franco (Zona Sul), o então secretário Rogério Carvalho fez das tripas coração para entregar as duas unidades de "pronto-socorro" antes do fim do prazo para as desincompatibilizações. Semanas depois de inaugurados, os hospitais alçaram às manchetes. A falta de equipamentos e serviços especializados obrigou o MPE (Ministério Público Estadual), baseado num parecer do CRM/SE (Conselho Regional de Medicina de Sergipe), a exigir da Prefeitura de Aracaju a readequação das unidades para permitir que funcionassem como verdadeiros pronto-socorros ou que mudassem a nomenclatura, passando a hospitais apenas. Um ano depois ainda se ouviam os mesmos graves problemas: não havia médicos de várias especialidades; o atendimento estava debilitado, pois não havia computador para o preenchimento das guias; faltavam medicamentos, faltavam equipamentos. Nem por isso o soberano príncipe deixou de gastar uma fortuna nas festas de inauguração das casas de saúde, que "coincidiram" com a saída dele da prefeitura para concorrer ao governo estadual -à época, para ilustrar o tamanho da farra, a revista VEJA publicou matéria intitulada "Micareta Picareta", onde revelava os valores do "investimento" (R$ 1,8 milhão) feito com dinheiro federal na imagem de Sua Alteza Real. Da mesma forma, não se viu qualquer protesto, repúdio ou muxoxo de Rogério Carvalho pelo fato de haver tanta reclamação do povo, dos médicos e dos servidores quanto à precariedade do Nestor Piva e do Fernando Franco. Eles tinham que funcionar sem qualquer mínima postergação, e pronto! Agora vem Rogério Carvalho, mesmo depois de obrigado pelo MPE, alegar que não pode por para funcionar a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes porque existem problemas na estrutura física. Alega também que a OMF (Organização Mundial da Família) não prestou devidamente contas dos valores investidos na obra. Enquanto isso, centenas de mulheres com gravidez de alto risco apelam aos Céus para não morrer a qualquer momento, fora as vidas que foram perdidas neste meio ano de muito papo e pouca ação. Tente deixar uma casa fechada por seis meses, especialmente se construída sob solo de ex-mangue, caso da maioria dos terrenos de Aracaju, para ver o que acontece. Por sua vez, se a OMF não prestou contas devidamente que seja cobrada na Justiça. O que não se admite é a birra tacanha, mesquinha e desumana de manter fechada a maternidade mais moderna do Nordeste, cujos equipamentos de última geração mofam à espera de serem usados para salvar vidas, só para não dar o crédito pela iniciativa por tão importante obra ao ex-mandatário. No fundo, é só isso! Assim, este fanzine mantém intransigente opinião sobre a urgência de por em funcionamento a maternidade N. S. de Lourdes. E repudia a miudeza de espírito público de Sua Alteza Real, a falta de caráter dos aduladores infiltrados na imprensa que defendem tamanha estupidez e as queixas dos iludidos pelo discurso fácil (e engambelador). Para encerrar esta pendenga: entre manter a "neutralidade" só para agradar o soberano príncipe, ou ser tendenciosamente a favor da população mais pobre que sofre com a politicagem rasteira dos vermelhos, defenderemos sempre, aqui e em Marte, a segunda opção. Já basta de tanta encenação!

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