E.Zine 21/06 N89

HIPÓCRITAS CONTRADIÇÕES A imprensa sergipana é engraçada. Depois da veiculação de um dos diálogos entre Flávio Conceição e a deputada Susana Azevedo (TV Atalaia, 18/06), o novo governo apressou-se por distribuir nota negando ter havido favorecimento em troca de apoio político na Assembléia. Fossem outros os tempos, certamente muitos seriam os jornalistas e radialistas a ver com outros olhos as explicações do soberano monarca. Como vivemos um novo tempo, tudo foi aceito como a mais pura e cristalina verdade. Diz o item 2 da nota palaciana: "A deputada Susana Azevedo declarou interesse em apoiar o governo e manifestou o desejo de participar da administração. Nesse sentido, apresentou extensa lista com nomes e respectivos cargos de pessoas do grupo político da deputada que ocupavam espaços na administração anterior e que foram demitidos no início do nosso governo, reivindicando a sua recontratação. Em nenhum momento se falou em valores nem se contabilizou totais". Sendo assim, como Susana Azevedo chegou a um número fechado (R$ 15 mil), através do qual haveria a contrapartida pelo seu apoio ao novo governo na Assembléia? Haveria entre os demais deputados que pularam de galho para garantir maioria ao novo governo tratamento semelhante ao dispensado pelo príncipe a Susana Azevedo? De quanto seriam, somados, os valores dos cargos repassados a cada um deles pelo apoio -por mera coincidência, claro, seriam algo em torno de R$ 15 mil/mês? Pregando um novo tempo através de compromissos históricos de mudança, Sua Alteza Real contradiz sua história pessoal e política ao abusar das práticas de cooptação tão malogradas pelos vermelhos quando estavam na oposição. Mas, nada há de novo no estilo vermelho de tratar com parlamentares! Quem não lembra do malfadado mensalão, que sangrou quase R$ 2 bilhões dos cofres federais e continua sendo tratado pela Polícia Federal como um caso sem importância? Entrementes, a imprensa, cuja maioria dos profissionais tem um quebra-galho em algum órgão da administração estadual, finge-se de morta. Haja esperteza...

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