E.Zine 28/05 N72

TEMPOS ESTRANHOS Outro olhar dever ser dado à nota Entre tapas e gás de pimenta (sexta, 25/05), comentando o protesto dos estudantes da Universidade Tiradentes. As declarações da deputada comunista Tânia Soares sobre a ação desastrosa da Polícia Militar visando acabar com a manifestação têm outras motivações, além da defesa de sua base eleitoral cativa. Ao reclamar chorosa que "Tem que apurar; polícia batendo em estudante é coisa da ditadura; isso não pode ficar assim", a deputada comunista defendia sangues azuis. Entre os líderes do movimento que receberam tapas, pontapés e gás de pimenta, juntamente com outros estudantes, estavam o filho dela, a filha do soberano príncipe e o namorado desta. Seguindo a estirpe política herdada dos pais, os jovens nobres estavam engajados na luta dos colegas contra o apetite voraz da Tiradentes e usaram o sangue azul para tentar dar força a manifestação, na certeza que mal algum lhes seria causado. Ledo engano! O inferno começou quando o comandante da Guarda Municipal responsável pelo tráfego nas vias de acesso à Unit ligou para o superintendente da SMTT, ex-vereador Antônio Samarone. Ouviu deste, após informar da situação fora de controle, que convidasse para resolver a situação a Polícia Militar. Chegou, então, a PM Choque com seu aparato de guerra urbana. Quando os militares tentaram tirar os manifestantes das congestionadas pistas receberam as carteiradas dos nobres de sangue azul, com o velho bordão "sabe com você está falando?". Diante do empecilho, o cordato oficial responsável pelo pelotão ligou pessoalmente para Samarone. A resposta foi cruel: "Leve os meninos nos braços!". Entendida a mensagem, ocorreu o desfecho já amplamente divulgado e motivo para a medonha crítica da deputada comunista, agora finalmente cristalizada. Como se vê, os tempos estão realmente estranhos. Nem mesmo os nobres de sangue azul estão livres da arbitrariedade policial... PETISCO PARA UMA RÁPIDA REFLEXÃO Grampos da Polícia Federal dão conta de fatos interessantes. Um deles é o codinome de Sua Majestade, segundo o vice Belivaldo Chagas: o "número 1". Outro é a declaração do deputado federal Albano Franco de que o novo governo estaria parado por falta de "operadores". Também surge interessante a confirmação pelo próprio Luciano Barreto de que a Celi, até meados de março, não teria recebido um único centavo pela obra do viaduto do DIA de São Nunca -fato depois negado pelo empresário. Mas nada supera a intrigante questão: por que o soberano monarca, o "número 1", teria ficado fulo da vida depois que foi divulgado o pagamento autorizado por ele mesmo de um papagaio da Deso junto a Gautama, feito pela empresa dias antes da Operação Navalha? Teria a ver com notas publicadas na imprensa negando qualquer relação entre a empreiteira e os vermelhos, mesmo diante dos diálogos de Belivaldo gravados pela PF? E lembrem que o homem, com seu estilo novela das oito, chegou a dizer que a Gautama devia trabalhar no inferno...

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