E.Zine 09/05 N59

BOM NEGÓCIO Portar arma de fogo ou mesmo mantê-la guardada em casa sem a devida documentação dá cadeia pesada. O crime é inafiançável e a detenção pode ocorrer entre dois e cinco anos. Um dilema, contudo, atormenta o cidadão comum. Impedido pela Lei, ele não pode andar armado. Para obter o registro de uma arma, provando antes suas intenções idôneas, passa por severo trâmite, com prazos longos de até seis meses. Já na Feira das Trocas, por quaisquer R$ 200, R$ 300, um bandido compra seu "objeto de desejo" e está pronto para intimidar, assaltar, matar. Porém, o mais surpreendente é ouvir da boca de um policial, no caso um sindicalista durante entrevista no rádio, que parte das armas hoje nas mãos de bandidos tem um único proprietário: o Estado de Sergipe, através da Secretaria de Segurança Pública. De acordo com este policial, é a polícia quem vende as armas e os policiais assim agem porque recebem um salário de fome e, em casos extremos, partem para esta "alternativa". Parece piada pronta. A polícia vende a arma, troca tiro com o bandido, apreende a arma e depois a revende. Um grande negócio! Para justificar a expansão do tráfico de drogas no Brasil, autoridades costumam usar o jargão de que só existe traficante porque há consumidores. O mote encaixa perfeitamente: há tantos bandidos armados em Sergipe porque parte das armas vem da própria polícia. Não houvesse tanto policial que passa necessidade vendendo armas pertencentes a SSP aos marginais, haveria menos bandidos armados. Mais um caso de polícia... Ah, quase ficava no esquecimento: outra boa parte das armas nas mãos dos bandidos também é vendida por policiais, que as apreendem em blitz ou mesmo de bandidos e não notificam a quem de direito... E assim a vida segue! QUILOMÉTRICA CORDA A expressão popular "engolir corda" expressa o sentimento de ira que acomete alguém quando um engraçadinho lhe tira uma pilhéria daquelas que machucam até o fígado. A secretária estadual da Inclusão Social, deputada licenciada Ana Lúcia Menezes, entrou oficialmente para o time dos engolidores de corda. A nobre ex-sindicalista vermelha, candidatíssima a prefeita de Aracaju, tem reclamado aos quatro ventos do líder da oposição na Assembléia, Venâncio Fonseca, quando este diz que "o lugar de Ana Lucia é na Assembléia". "Não será o deputado Venâncio que irá pautar o que devo fazer e o que dizer. Ele simplesmente só quer me provocar. O nosso debate na Assembléia é político e ideológico. Eu nunca vou deixar minha identidade de sindicalista, embora nossos ideais sejam antagônicos. Sou professora e para tanto fiz opção pela aposentadoria de professor e não a de parlamentar, pois não tenho como me desvincular do ensino", desabafou chorosa ao portal FaxAju (08/04). Venâncio pede a honrosa presença da professora-deputada no plenário para homenagear sua profícua atuação como membro da oposição e que agora, diante dos problemas enfrentados pelos servidores públicos com o minguado reajuste anunciado por Sua Majestade, mantém-se à distância e de boca fechada. Ana Lucia, porém, diz que embora eleita deputada estadual, hoje o seu assunto central é a secretaria e que, assim como dedicou 34 anos de sua vida no magistério, sempre participando dos movimentos sindicais, irá continuar como executiva na administração do soberano príncipe. E ponto final. E a corda vai sumindo...

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