E.Zine 30/04 N53

BOM ASSIM... A semana começou profícua. Talvez, ensejados pelo feriadão, os lisonjeadores de sua majestade preferiram o ócio risonho. O adulatório Real está comemorando o Dia do Trabalho. E ei-lo lá a falar de tudo, menos das ratadas do novo governo. Assunto chato, sem motivação, sem interesse... Falou-se do rio, do mar, da chuva, da ditadura, dos homens-partido, do querer-sem-fim e até dos nossos poetas! Ninguém comentou uma única linha sobre os valores resguardados nos cofres estaduais no quadrimestre: cerca de R$ 200 milhões. Ninguém questionou se a grana está guardada para este ou aquele ofício. Também não se viu ou ouviu reclame pela aplicação de volume tão portentoso em qualquer projeto imaginado - se há! - pelos vermelhos. Silêncio, Sua Majestade precisa de concentração! Em Nova Iorque. Fazendo umas continhas rápidas, o soberano príncipe ficou no estado apenas 20 dos quase 120 dias de governo. As escapadas tiveram motivos variados. Umas serviram para o descanso, outras para encontrar o compadre-salvador da Pátria, outras foram usadas para tentar encaixar lá em Brasília amigos desempregados, outra para comemorar o aniversário do partido criador do mensalão, outra para receber uma medalha, outra para... Mas isso não importa. Importa o caixa rechonchudo. Os servidores públicos tiveram 2,9% de aumento. "Era o possível", segundo o secretário (Fazenda) Nilson Lima - o Dieese diz que o estado pode arcar com até 15%. O Funaserp se arrasta desde o tempo de Albano Franco. O ex-governo pagou integralmente 50%. Sua majestade prometeu pagar o restante. Segundo ele mesmo diz, não assegurou nem como nem quando... Mas já anunciou: os servidores vão receber o valor parcelado até 2009. E o cofre continua cheio, gordo! Os vermelhos mandaram comprar 50 toneladas de camarão (em pleno defeso), 12 toneladas de amendoim cozido, 4,8 milhões de saquinhos de chá, perfazendo a despesinha um total de R$ 1,5 milhão. Esbanjam de um lado, falta o básico no outro. Os alunos das escolas públicas reclamam da queda na qualidade da comida servida. Policiais reclamam da qualidade do almoço, do jantar, da meranda... E pasmem, até os presidiários estão reclamando da comida. Como explicar a fartura? Bom seria Sua Majestade, ao retornar do roteiro estafante aos Esteites (que o fez perder alguns gramas), possa sentar com esse povo escolhido por ele a dedo para tocar a máquina estadual e dizer bem claramente, ao microfone se preferir: "Gente, o governo do Negão acabou! Vamos - eu disse - vamos trabalhar!". Talvez, com a graça dos Céus, alguém (!) finalmente escute e começe...

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