E.Zine 27/04 N52

MUDAR PARA QUÊ? Numa coisa os governos são iguais: a mesa farta. Os vermelhos, tão logo assumiram, trataram de tornar público contratos considerados por eles como acima das reais necessidades. Foi assim, por exemplo, com a licitação realizada no ex-governo para a compra de pneus. O contrato destinava R$ 30 milhões para, pelo período de um ano substituir, conforme a necessidade, os pneus carecas de toda a frota do estado. Com a ajuda dos lisonjeadores de sua majestade infiltrados na imprensa, montou-se um "escândalo". A saraivada atingia o pregão eletrônico e punha em cheque a lisura do procedimento, bem como as intenções de quem solicitara a compra. Passados quatro meses, eis o Diário Oficial do Estado (DOE) publicando a homologação da compra!Outra crítica dos vermelhos advinha da solicitação feita pelo ex-governo para a compra de camarão, amendoim e chá destinado a atender a cozinha oficial. O pregão eletrônico apresentou os pedidos e o procedimento foi efetivado. Os vermelhos decidiram por o contrato em regime de espera - certamente queriam analisá-lo mais a fundo. Passados quatro meses, eis lá o novo governo averbando recursos para a aquisição de 25 toneladas de camarão tipo filé, 25 toneladas de camarão tipo pistola, 12 toneladas de amendoim cozido e 4,8 milhões de saquinhos de chá. Ao total, as comprinhas saem pela bagatela de R$ 1.535.600,00. Como chegou cantando miséria, falando em estado quebrado onde faltava dinheiro para tudo, até para o cafezinho, convenhamos, contrariando sua tradicional letargia, o príncipe até que foi ligeiro no conserto das mazelas. Resolvidas as pendências financeiras e econômicas deixadas pelo ex-governo, pôde agora esbanjar o dinheiro economizado nos últimos quatro meses - cerca de 40 milhões/mês - em certas frugalidades. Porém, não devemos condenar o príncipe, mesmo estando seu comportamento mais para quem aprecia prazeres "pequeno-burgueses" que para um auto-proclamado reformador e mudancista. Afinal, rega-bofes fazem bem a alma... E com camarão, vinhos e outras iguarias, ao som da boa música e do ar bucólico dos palácios, ainda melhor. E (também) neste quesito, sua majestade prefere nada mudar. Até porque, a burguesia, respeitável público, tem lá seus inebriantes encantos!

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