E.Zine 16/04 N42

ONDE ESTÁ O DINHEIRO? As investidas políticas do senador Almeida Lima em Brasília provocaram algumas das cenas mais hilárias do Congresso Nacional. Nunca antes um político de Sergipe passou por tantas horas de exposição na mídia nacional, sendo surrado pelo teor "bombástico" dos seus discursos - um deles chegou a provocar até queda na Bolsa de Valores. Mas convenhamos, Almeidinha, mesmo exagerando com doses cavalares seus espalhafatos, não deve ser ignorado nas críticas que faz. Especialmente quando compara a administração dele como prefeito - 1994/1996 - e a dos que o sucederam: o viajante João Augusto Gama, sua majestade - o príncipe, depois o comunista Edvaldo Nogueira. Diz Almeidinha, comparando a saúde do seu tempo com a atual: A grana repassada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao Município de Aracaju cresceu 1.000% - exatamente! Mil por cento! Em 1996, era de R$ 135 mil/mês. Hoje, chega a R$ 12 milhões/mês. Para efeito de ilustração, Almeida relembra ter sido de R$ 7,5 milhões a maior receita da prefeitura durante sua gestão. Claro, estamos falando de um outro período, onde a responsabilidade da gestão do sistema público de saúde da capital ainda estava sob o comando do governo do estado. Com a municipalização plena, toda a rede, incluindo o Hospital João Alves, passou à alçada da prefeitura. Mas, isso não invalida o raciocínio de Almeidinha, baseado no critério "competência". Aí o bicho pega para os vermelhos! Se com minguados R$ 135 mil/mês foi possível, como diz Almeidinha, "manter a estrutura básica funcionando bem", o senador pergunta: onde está o dinheiro? Onde a prefeitura o está gastando? As questões são pertinentes, pois o comparativo deixa o prefeito comunista em apuros. Como explicar o péssimo atendimento, admitido até pela própria prefeitura, no "hospital" Nestor Piva, um dinossauro da Idade da Pedra onde não há sequer computadores para as mínimas funções gerenciais? Como explicar a falta de medicamentos nos posto de saúde? Como explicar a falta de médicos nos postos de saúde e hospitais conveniados, como Cirurgia e Santa Isabel? Como explicar, mesmo com tanto dinheiro, a população pobre de Aracaju ainda precisar acorrer ao hospital geral do estado (João Alves) para os mínimos atendimentos - de dor de barriga a furúnculo no pé? O senador Almeida Lima tem razão: "Onde está o dinheiro?"!

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