E.Zine 09/04 N36

FUNERAL A VISTA O deputado federal democrata Mendonça Prado, em entrevista ao Jornal da Cidade (06/04), lamentou este início de novo governo, "caracterizado pela imobilidade, pela falta de planejamento e pelo visível desprovimento de projetos". Para o deputado, não há eficiência nem escolha de prioridades. "O novo governo se satisfaz em apequenar a administração, distribuindo sem critérios cargos em comissão". Outro ponto levantado por Mendonça é a cooptação de adversários, através de métodos reprováveis. "Tudo indica que será a pior administração da história e por que não dizer, a mais incoerente. Afinal, quem prometeu reforma administrativa está realizando um remendo; quem prometeu ética está abusando de processos marcados pela inexigibilidade de licitação; quem prometeu segurança está inerte diante do avanço exorbitante da violência; quem prometeu mudanças nomeia figuras de administrações de décadas passadas; quem prometeu pagar o que o estado deve aos servidores públicos agora abusa das desculpas esfarrapadas; e, por fim, quem prometeu combater com entusiasmo a transposição do rio São Francisco agora age como o compadre que não quer contrariar o outro. Por tudo isso, em vez de festa tenho certeza que ele fará o funeral dos cem dias". O deputado democrata somente esqueceu de comentar a quem cabe a verdadeira culpa pela "cooptação". Sinceramente, sua majestade, o príncipe, seguiu apenas a velha cartilha da política comezinha. Quem não presta é justamente quem aceitou mudar de lado, para se favorecer pessoal e politicamente. Na outra face da moeda, a desorganização na base da oposição favoreceu a prática de sua majestade e até a estimulou. Fosse o agrupamento político do ex-governo fundido num mesmo propósito e sob liderança sólida, seria muito mais difícil a traição e hoje o príncipe não navegaria em águas tão tranqüilas, como tem ocorrido. É a surrada máxima ainda em voga: farinha pouca, meu pirão primeiro...

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