E.Zine 23/03 N34

SEM RUMO Excelentes opositores, com capacidade de articulação, conhecimento de táticas de "guerrilha" visando paralisações e poder de pressão através de vários sindicatos onde estão encastelados, os vermelhos escorregam quando chegam ao poder. No nível federal, as dificuldades para manter a mínima governabilidade foram tamanhas que chegaram a criar o famigerado "mensalão" para garantir apoio da parte descarada – aliás, parcela significativa! – dos membros do Congresso Nacional e manter o governo andando, mesmo lentamente. Em Sergipe, contidos pela inércia e assombrados com as exigências de alta complexidade da máquina administrativa, não superaram ainda a barreira do desconforto neural de assumir pressões advindas de todos os lados. Efeitos típicos da ausência de experiência. A solução de continuidade a por o estado à deriva atinge níveis razoavelmente passíveis de contenção até o presente. Entretanto, caso não haja um encaminhamento às questões mais urgentes, o quadro pode agravar e chegar à paralisia aguda. Prestes a completar 100 dias de mandato (sem contar os quase 60 de transição), o novo governo ainda não esboçou reação própria dos preparados para a gigante tarefa a ele conferida. A totalidade das medidas em curso advém ainda do ex-governo. E não são poucas! É preciso, como solicitou anteontem o líder da oposição Venâncio Fonseca à bancada vermelha, parar de reclamar do ex-governo e começar (finalmente) a trabalhar de verdade. Faltam medicamentos no Hospital João Alves, apesar do alerta quanto à necessidade de renovação de estoque feita pelo ex-diretor da casa de saúde, Jilvan Pinto quando passou o cargo; menores escapam do Cenam como pulgas de cachorro velho; funcionários da Deso fazem paralisação em protesto por acordos não cumpridos; médicos dos hospitais do interior ameaçam também parar, pois estão há dois meses sem salário – o de janeiro foi pago na semana passada; escolas estão sem diretor nomeado e faltam professores; delegados de carreira que fizeram campanha e votaram nos vermelhos agora estão dizendo cobras e lagartos por conta de cortes salariais; enfim... Catamos apenas alguns exemplos de como a turma vermelha anda atrapalhada. Alguma atitude precisa ser tomada. Alguém precisa solicitar a sua majestade cobrar dos seus assessores uma agenda positiva mínima. Do contrário, em poucos meses, vamos assistir à derrocada de um projeto de governo que se autodenominou de "novo", mas até agora a única novidade visível é a incapacidade de dar rumo ao estado. E sabe-se lá as conseqüências para o futuro político do estado caso tenhamos um surto de letargia! Senhoras e senhores, a cantilena de que o ex-governo é o grande culpado pelas mazelas e inércia atuais não cola mais. É discurso de gente desencontrada. O momento é de trazer Sergipe de volta à mínima normalidade... E POR FALAR EM CENAM... Ontem à tarde, para aumentar o caos de inabilidade do novo governo quanto ao controle da meninada disvirtuada, houve rebelião seguida de quatro fugas no Cenam. Em menos de oito dias foram três rebeliões com trinta e três fugas. A situação é grave e talvez exija a intervenção imediata do Ministério Público. O caos se instalou no Cenam depois da substituição de educadores sociais contratados por uma empresa terceirizada por concursados sem o devido treinamento. Os novos educadores tiveram apenas poucas aulas teóricas e assumiram funções de alto risco sem entender como proceder. A atitude do novo governo beira a irresponsabilidade. A deputada-secretária Ana Lúcia, cuja pasta (Secretaria do Estado de Inclusão e Desenvolvimento Social ) é responsável pelo Cenam, diante do total descontrole da situação, chegou a afirmar haver um grupo conspirando contra a sua administração. Por favor, secretária, menos! Apenas assuma de fato o cargo confiado por sua majestade (o principe) e passe a trabalhar de verdade. Vários educadores sociais, ainda veladamente, têm reclamado do descaso do novo governo com o Cenam, onde os problemas de infra-estrutura (alimentação, água potável, uniformes) e as atividades de ressoacilização, educação e cultura simplesmente acontecem em vez quando. Os menores infratores estão revoltados pela forma desumana com que estão sendo tratados. Apenas e tão somente isso. A questão Cenam exige apenas profissionalismo sem fisiologismos ou incontidos desabafos lamuriosos. Será que deu para compreender, deputada-secretária Ana Lúcia? Quando aos conspiradores, diga quem são...

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