Rogo a permissão
do ilustrado colega Jozailto Lima para cometer algumas observações
sobre o escrito “Gilmar Carvalho se expõe ao perigo com
candidatura antecipada a prefeito de Aracaju”, publicado em
“Aparte”, coluna do jornalista no portal JL Política, nesta
Quinta-Feira Santa.
Conforme escrevi
ontem*, um ensinamento do visionário Sun Tzu de dois milênios atrás
– “Toda batalha é vencida antes mesmo de ser travada” –
continua sendo bastante válido nas disputas. O erro de Gilmar
Carvalho não está na antecipação da pré-candidatura, mas na
forma e conteúdo da comunicação e em outros detalhes tão
importantes quanto. Explico mais adiante…
Donald Trump está
presidente dos Estados Unidos hoje por ter seguido a cartilha de
Steve Bannon, formulador da retórica agressiva e nacionalista que
impulsionou sua pré-candidatura dois anos e meio antes de ele chegar
às primárias do Partido Republicano, onde foi sacramentado
candidato. O empresário teve o tempo necessário para persuadir e
convencer o eleitor.
O atual presidente
brasileiro também lançou-se pré-candidato alguns anos antes de
chegar ao Palácio do Planalto. Construiu aos poucos, porque dispunha
de tempo, a imagem do tipo de cara que poderia ser um líder na
crise, o anti-PT e, acima de tudo, a antítese da “velha política”.
Eleição é foco,
e Gilmar Carvalho está correto em mirar um alvo e trabalhar para
atingi-lo. Organizar a estratégia, antecipar cenários e preparar o
terreno são ações fundamentais, e o suposto “cansaço” do
eleitorado em face da “tamanha antecedência” pode ser evitado na
formulação da retórica, mas é certo que o “diálogo com o
público” precisa ocorrer agora, já!
A “cautela”
adotada pelo próprio prefeito Edvaldo Nogueira, deixando para “cair
nas águas sucessórias” somente a partir de abril do ano que vem,
advém de evitar justamente comprometer-se agora, quando teria de
arcar com uma conta muito pesada. Gilmar Carvalho, não padece desse
mal, tão próprio de quem detém a máquina. O alcaide, porém, tem
sabido usar com máxima eficiência a máquina de comunicação ao
dispor dele.
Já a “cautela”
do PT, não existe de fato! Os quase-ex-aliados de Edvaldo Nogueira
andam, sim, se insinuando no processo da capital e jamais suspenderam
o debate. Dia e noite discutem e engalfinham-se entre si para impor o
“Nome” que possa unir o partido, enquanto a “calmaria” de
Valadares Filho se dá por pura letargia, ainda petrificado pela
derrota do ano passado – a ficha parece que não caiu para ele –
e pela sombra do pai, de quem luta para desvencilhar-se.
A eleição do ano
que vem será municipal. Serão eleitos prefeitos e vereadores. O
foco deve ser nestes cargos – 2022 está longe, e como dizia o
profeta, “não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as
suas próprias preocupações. Basta a cada dia a seu próprio dor”.
O erro de Gilmar
Carvalho está no uso de ferramental antigo de comunicação, no
discurso enfadonho que foi criado, ao que parece, sem levar em
consideração os modernos critérios de linguagem e persuasão, na
demasiada confiança em si próprio como comunicador de massas e na
falta de carisma entre os companheiros de partido, de quem mantém
distância.
Mas sem dúvida, o
nome de Gilmar Carvalho, se bem dosado, pode conquistar o eleitor –
e isto só depende dele próprio e de mais ninguém! A avaliação de
Jozailto Lima, portanto, bateu na trave...
– – – – –
–
Leia a análise de
Jozailto Lima em http://bit.do/Aparte18-04.
(*) Leia em
http://bit.do/VQI17-04.
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