“ACORDEM” OS
PROMOTORES DO GAECO!
Nas
“justificativas” apresentadas para a prisão de Ana Alves por
“obstrução de Justiça”, acusada de tentar cooptar testemunhas
para mentirem em uma investigação sobre “servidores fantasmas”
na gestão do Negão [veja escritos anteriores], o Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público de Sergipe revelou um fato inusitado até para os padrões
de Sergipe, essa “Grande Família” onde todos se conhecem. Em
resumo: os promotores de Justiça denunciam algo chocante nos mínimos
detalhes – eu diria, inclusive, parafraseando o palhaço deputado
Titirica, que se trata de uma denúncia “abestantemente abestante”…
Diz o documento
que numa inspeção “in loco” na sede da Prefeitura de Aracaju
[em 21/12/2016] “constatou-se a existência de extenso rol de
servidores comissionados no âmbito dos gabinetes do prefeito e do
vice-prefeito, bem como de algumas secretarias, sendo que grande
parte desses servidores não se encontrava no local de trabalho e não
era conhecida dos servidores que lá foram entrevistados no dia da
inspeção, além de serem completamente incompatíveis os espaços
físicos dos órgãos inspecionados com o número de servidores
respectivos”.
Para piorar um
quadro já bastante desconfortável, a corroborar com “tais
indícios da existência de ‘funcionários públicos fantasmas’,
apurou-se ainda que em nenhuma das unidades inspecionadas, inclusive
nos gabinetes do prefeito e do vice-prefeito, havia efetivo sistema
de controle de frequência ou ponto dos servidores, havendo, no
máximo, o chamado ‘controle de jornada britânica’, na qual o
servidor assina manualmente a folha de ponto, na maioria das vezes
apenas em um único dia, no final do mês, com os horários idênticos
de entrada e saída, que não refletem a realidade”.
Santa
esculhambação! Confesso, estou estupefato... Quem, pelas pestes do
cabrunco, teria inventado tal escrota patifaria e com que fito,
afinal?
Nos termos da
ordem para liberar Ana Alves do cativeiro, o juiz responsável pelo
caso – aliás, o mesmo que a deteve – ajudou a clarear, ao menos
quanto à serventia para a existência de tais “funcionários
públicos fantasmas”. Disse o preclaro magistrado: “Embora seja
exageradamente precipitado falar na existência de crime […] há
suspeita fundada de que houve dezenas de nomeações de servidores
‘fantasmas’ como forma de obtenção de apoio político, o que
pode configurar, além do crime de peculato, o delito de organização
criminosa”.
Minha gente, que
mundo é esse no qual ocorrem nomeações de servidores ‘fantasmas’
como forma de obtenção de apoio político, mesmo que isso seja
crime passível de cadeia?
Os promotores de
Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado podem até ter “descoberto” na Prefeitura de Aracaju
de João Alves Filho esse ninho de “servidores fantasmas” usados
para a obtenção de apoio político, mas, se tiverem só um
pouquinho mais de devoção à causa da moralidade pública, não
precisam sequer procurar muito para encontrar outros vistosos abrigos
dessas “aves raras”. Grandes ninhos de “servidores fantasmas”
são facilmente encontráveis na Governadoria, Vice-governadoria e na
Casa Civil de Sergipe – mais de mil deles. E, pasme o respeitável
público, até no gabinete da Presidência do TCE-SE – 96, ao todo!
Agora, depois de
refletir sobre tantas coisas “abestantes”, indago o meu zíper:
haveria espaço compatível no Palácio de Despachos – na
Prefeitura de Aracaju sabemos não haver – para abrigar todos os
servidores, caso sejam convocados os titulares dos cargos
comissionados nomeados naquela Santa Casa de Caridade Política?
Haveria algum efetivo sistema de controle de frequência ou ponto dos
tais servidores em questão? Seria, porventura, ao menos parte desses
ditos servidores conhecida dos que lá trabalham de fato? Onde
trabalham, se trabalham, essas almas puras e santas nomeadas no
Diário Oficial do Estado de Sergipe, que recebem todos os meses os
“(in)devidos” proventos? Quem são esses bem-aventurados “filhos
e filhas” do Poder?
Com sua sanha
moralizadora, em vez de bater somente em “cachorro morto”, já
que a gestão de João Alves Filho findou-se no ano passado, que tal
o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do
Ministério Público de Sergipe fazer uma inspeçãozinha rápida nas
vivas e pujantes sedes do Governo de Sergipe, da Prefeitura de
Aracaju e do Tribunal de Contas de Sergipe? Talvez, quem sabe,
pudesse lá também encontrar eventuais ocorrências do crime de
peculato e do delito de organização criminosa na forma de nomeações
de “servidores fantasmas”, com o objetivo de… obter apoio
político!
Fica a dica…
#SantaDanação
#SergipeMostraSuaCara
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