A “ÓPERA DO MALANDRO” DE ALMEIDINHA
A “Ópera do Malandro”, do canalha Chico Buarque, é um primor de patifarias típicas do Brasil. Cafetões, prostitutas, polícia vendida, tudo tendo como pano de fundo o jogo nos anos 1940 e o famoso Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Entre os personagens, porém, um se destacava: a maldita “Geni”, cuja função era apanhar, cuspir e dar para qualquer um.
O imbróglio a envolver o secretário estadual de Saúde, Almeida Lima, é uma dessas “peças” da vida real que lembram os bons espetáculos do Teatro. Há momentos, aliás, nos quais a realidade nua e crua suplanta até a comédia. Parece ser o caso!
Quando era senador, Almeidinha chegou a ser comparado pela imprensa nacional com o grande Rolando Lero, personagem da “Escolinha do Professor Raimundo”, especialista em inventar respostas às perguntas do mestre. Também foi comparado a Darlene, deliciosa manicure de um salão de beleza que na novela “Celebridade” vivia em busca da fama.
Agora, Almeidinha virou uma espécie de “Geni”. Apanha todos os dias! Não, o danado não é um santo. Nunca foi. Jamais o será. Para uns e outros, então, ele seria o próprio Lúcifer.
Com talento para criar polêmicas – falsas e verdadeiras –, Almeidinha conseguiu um feito memorável ao praticamente unir a unanimidade contra o agora famoso “Taj Mahal” da Saúde. Depois, se viu em desgraça quando caiu na malha fina da Lava Jato, e agora o rosário de acusações contra ele se incrementa com supostos assédios a mulheres, desvios de recursos na Adema e até fraude em ambulâncias velhas locadas como se novas fossem. Seria o “calvário” de “Geni”?
Não foi bem recebido pelo respeitável público o vídeo (https://goo.gl/Cda5nQ) publicado no YouTube no qual Almeida Lima insurge-se ao lado de uma impaciente Maria Helena, sua esposa, fazendo um desabafo e mostrando o depoimento de uma de suas supostas assediadas, com a cuja aparecendo indignada com o envolvimento do seu santo nome nessa ópera bufa e isentando o cabra de qualquer culpa. 
O edil Cabo Amintas, responsável pelas denúncias contra Almeidinha na Câmara de Vereadores de Aracaju, diz que o vídeo “foi um jogo de cena combinado com uma funcionária da secretaria”. Como argumento, divulgou o holerite da moça [de nome Hicara Caet Leite], a mesma do vídeo, com salário de R$ 3,2 mil. Outro parlamentar com dúvidas sobre a “autenticidade” do depoimento é Gilmar Carvalho. Num blogue de fofocas políticas, ele disse ser o vídeo “uma perda de tempo”.
Vivemos a Era das Minisséries de internet. Assistimos agora a versão burlesca, em vários capítulos, de A “Opera do Malandro” de Almeida Lima, com personagens envolvidos num jogo de disse me disse. Tem “de um tudo”.
Como no original de Chico Buarque, talvez tenhamos surpresas – descobre-se lá que Geni, a “mulher-dama” que cedeu aos caprichos do comandante do Zepelim reluzente a pedidos chorosos de um povo assustado com a possibilidade de ver destruída sua Sodoma moderna, era, na verdade [quem diria?] um travesti; e que no Brasil tudo acaba em samba!
Será? Que venham os próximos capítulos…

#SantaPatifaria #SergipeMostraSuaCasa



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