“CEMUS” O
QUARTO (NO) PODER! – OU A “CONVERSA (A)FIADA” DO ILUSTRE PAULO
HENRIQUE AMORIM
Quase 550 páginas
separam capa e contracapa no caudaloso “O Quarto Poder – Uma
Outra História”, escrito pelo jornaTista* Paulo Henrique Amorim
(PHA). Resenhar um livro em poucos parágrafos é tarefa para gênios.
Tentarei “resumir” a obra – aliás, “obra” era como minha
falecida avó Dona Caçula chamava uma defecação.
A primeira
impressão é a de que PHA acha o leitor um completo idiota. Mais
adiante explicarei por quê.
O livro começa
com um esboço do surgimento do rádio no Brasil e a opção tanto
deste quanto da iniciante televisão pelo modelo “comercial”, de
influência norte-americana. A crítica ao modelo se dá em duas
frentes: a opção por um conteúdo não-educativo e a influência do
capital sobre a programação.
Até esse ponto,
PHA faz firulas, ataca o PIG – o Partido da Imprensa Golpista – e
fala dos conspiradores, essa gente sórdida que ao longo da história
política do Brasil só pensou em golpe. Trata-se de um preâmbulo
para chegar ao “golpe” [de sorte para o País, no meu pensar]
contra nossa amada GovernAnta, por ora dispensada das funções de
presidente da República.
O livro é um
rosário contra a direita golpista e pura louvação aos santificados
próceres da esquerda, tendo o notório Mula Lava-jato à frente,
absolutamente todos bem-intencionados e mal compreendidos. Sarrafos
dialéticos e chibatadas metafóricas são dispensados aos
energúmenos ditadores militares, ao esperto Tancredo Neves, ao
malvado José Sarney, em Fernando Collor e, sobretudo, contra o
nefasto Fernando Henrique Cardoso, o demônio mentor do Plano Real.
Paulo Henrique
Amorim tem um malvado de cabeceira, digamos assim: Roberto Marinho!
Capítulos inteiros são dedicados ao jornalista, proprietário de O
Globo. Histórias peludas e muita dilaceração dos “serviços”
prestados – e bem-remunerados – pelo “Cidadão Kane” dos
trópicos aos homens do poder, desde 1964 até o leito de morte,
quando “faltou”. O líder do PIG tem companhias, mas todas
secundárias – os Mesquitas, os Frias, os Nascimento Brito… –,
de acordo com o jornaTista.
Como disse mais
acima, a primeira impressão que me passa “O Quarto Poder – Uma
Outra História” é a de que PHA acha o leitor um completo idiota,
que será fácil de enrolar se passando por alguém dedicado a expor
verdades absolutas. Talvez ele ignore, mas o respeitável público
ficou estarrecido ao saber de algo absurdo, mas o absurdo não existe
quando se fala em governos petralhas.
Pois bem, Mula
Lava-jato e a GovernAnta repassaram aos jornalistas Paulo Henrique
Amorim e Luiz Nassiff, grandes defensores do PT e críticos dos
adversários políticos do partido, sobretudo do PSDB, um nadica de
R$ 8,3 milhões entre 2004 e 2015. Semana passada, Michel Temer
mandou fechar a torneira. O jornaTista PHA perderá, até o fim do
ano, R$ 865 mil em patrocínios de estatais e ministérios. Nada mau,
hein?
Independente do
nosso PHA ser um danado que ganha uma bolada milionária para manter
um blog fajuto na Intenet e um canal meia boca no YouTube, usados
para desancar os divergentes aos que lhe remuneram tão regiamente,
“O Quarto Poder – Uma Outra História” é um livro com
narrativa interessante sobre os bastidores da TV e, sobretudo, do
jornalismo praticado no Brasil. Não diria que vale os quase R$ 45,00
pagos por ele, mas vale alguma coisa, sim. Há momentos hilários,
até porque o vexaminoso PHA tem certa veia humorística, para inglês
ver.
Leiam-no com um
olho no santo outro na missa…
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(*) – Neologismo cunhado pelo malicioso colega César “Brahma” Gomes, para definir um jornalista/petista de carteirinha; maioria nas redações e no serviço público.
(*) – Neologismo cunhado pelo malicioso colega César “Brahma” Gomes, para definir um jornalista/petista de carteirinha; maioria nas redações e no serviço público.
Citações imperdíveis…
Sobre Sergipe – O “Relatório Link” (1960/61), do geólogo norte-americano Walter K. Link, sugeriu começar a exploração do petróleo no Brasil pelo litoral do Estado de Sergipe. A família Franco é citada por deter a concessão de duas emissoras de TV, justamente as com maior audiência no Estado.
Sobre Delfim Neto – “Se Delfim me ligar, diga que eu estou cagando”. A frase está atribuída ao jornalista austríaco, naturalizado brasileiro, Frederico Heller, num momento qualquer em 1974, durante a discussão sobre planejamento econômico no governo.
Sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão – “Tudo que alguém precisa para ser jornalistas não exige mais do que três meses num laboratório do Senai. O resto, o resto é ler Machado de Assis”, segundo o próprio PHA.
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