#AnáliseDaImprensa (Sergipe)
NAS IDAS E VINDAS
DO PSDB, O JORNALISMO PATINA
Por David Leite | Terça-feira,
14/07/2015 às 10h35
São tantas as idiossincrasias políticas a envolver a redistribuição de comando do PSDB de Sergipe que até a imprensa anda meio tonta. No domingo, o analista político Gilvan Manoel escreveu no Jornal do Dia que o partido “já foi o mais forte de Sergipe durante os dois governos de Albano Franco. [Mas] hoje virou uma sigla de aluguel.” Ontem, na Liberdade FM, a experiente repórter Magna Santana ficou confusa: o ex-presidente do PSDB Roberto Góis estava ou não filiado à agremiação, ficava ou sairia? Hoje o tumulto atingiu até um totem do jornalismo político e seu “Plenário”. O caro Diógenes Brayner trocou alhos por bugalhos e terá que se corrigir amanhã.
São tantas as idiossincrasias políticas a envolver a redistribuição de comando do PSDB de Sergipe que até a imprensa anda meio tonta. No domingo, o analista político Gilvan Manoel escreveu no Jornal do Dia que o partido “já foi o mais forte de Sergipe durante os dois governos de Albano Franco. [Mas] hoje virou uma sigla de aluguel.” Ontem, na Liberdade FM, a experiente repórter Magna Santana ficou confusa: o ex-presidente do PSDB Roberto Góis estava ou não filiado à agremiação, ficava ou sairia? Hoje o tumulto atingiu até um totem do jornalismo político e seu “Plenário”. O caro Diógenes Brayner trocou alhos por bugalhos e terá que se corrigir amanhã.
Coisas da vida?
Nada disso, meu povo amado. O jornalismo, sobretudo o opinativo, deve
ter excessivo cuidado com os tais “pontos de vista”, sob pena de
cair na incúria panfletária.
O PSDB, por
exemplo, era sim uma força política relevante entre 1995 e 2002,
mas em termos de filiados nunca foi lá grande coisa. Ademais, o mais
importante partido de oposição, hoje, mesmo vivendo um caos
político [aqui e em Brasília], só com quase nenhuma boa vontade do
Jornal do Dia poderia ser classificado como “uma sigla de aluguel”.
Por causa da presença do senador Eduardo Amorim no processo, o
jornalista Gilvan Manoel teve embaçadas as lentes de sua análise.
A “tontura” de
Magna Santana decorreu também das “declarações impensadas” –
como comentou um ex-senador – do próprio Roberto Góis. Num dia, o
ar no partido era insustentável. No outro, já dava para ver um
pouco de céu azul, pois o “cachimbo da paz” havia sido fumado
entre os antigos e os novos senhorios do PSDB, incluindo aquele que
sempre foi mesmo não tendo sido quase nunca, o ex-governador Albano
Franco. Pedrinho Barreto, novo presidente do partido, é um arranjo
político genial, pois ele mantém relações de longas datas com
todos os envolvidos no processo e goza da confiança mútua – até
do próprio prefeito João Alves Filho.
Agora de manhã,
via Zapzap, o ex-deputado João Fontes disse que não procede a
informação divulgada por Diógenes Brayner dizendo que ele havia
telefonado para Eduardo Amorim comunicando que José Carlos Machado
iria se filiar ao PPS. “Lamento que se divulgue uma informação
envolvendo o meu nome sem eu ter sido consultado sobre o assunto”,
reclamou.
Tema do comentário
do jornalista, a suposta mudança de partido pelo vice-prefeito de
Aracaju acabou gerando queixas no grupo “Política&Amenidades”
administrado por Diógenes Brayner. “Em nenhum momento eu
participei de reunião na sexta-feira passada com André Moura,
Eduardo Amorim e Pedrinho Barreto no PSC para vetar no nome de José
Carlos Machado para vice-prefeito em 2016, como divulgado na coluna
'Plenário' de hoje. Vê-se claramente que a matéria foi plantada ou
Diógenes Brayner é muito mal informado”, escreveu um inflado João
Fontes.
O advogado
Pedrinho Barreto, talvez menos ofendido, também reclamou de
“Plenário”: “Lamento [ele] ter publicado informação não
dita por mim. Nunca disse que José Carlos Machado jamais seria
indicado [candidato à reeleição de vice-prefeito]. O que disse foi
que não depende de mim tal indicação.”
Num primeiro
momento, Diógenes Brayner escreveu: “Confirmo a informação.”
Mais adiante, porém, recuou: “Querido João Fontes, eu digo [no
texto publicado pelo Correio de Sergipe, hoje] que na reunião de
sexta-feira estavam Pedrinho Barreto, André Moura, Eduardo Amorim e
o outro [presente] foi Edivan Amorim. Essa me equivoquei e
consertarei amanhã. Desculpe.”
Ou seja, foram
tantas essas idas e vindas no PSDB nestes dias passados, que até o
jornalismo sergipano acabou patinando.
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