DESTEMIDA E MUITO OPORTUNA A
ENTREVISTA DE EDUARDO AMORIM
Políticos são todos iguais ou alguns seriam mais iguais que os outros? François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire --antes de tudo, um polemista!--, se debatia em lutas titânicas contra as opiniões falsas, condenando toda atitude fundada na crença e na superstição ou ainda nos pensamentos puramente abstratos. Mas não devemos esquecer de suas convicções sobre o poder da verdade, da sabedoria e da felicidade. Fundado na premissa de que “o homem deve construir sua própria felicidade e ajudar seu próximo a ser feliz: a mais bela virtude é a benevolência; a grande lei da espécie é o trabalho”, é que leio a entrevista de Eduardo Amorim ao Cinform, edição desta semana (clique na imagem para ampliar).
Ao mesmo semanário, na edição anterior, Jackson Barreto, governador de Sergipe em exercício e candidato à sucessão do governador licenciado Marcelo Déda, acusou o grupo ao qual o senador comanda de agir como “predador”, e que “a sociedade brasileira e sergipana não aceita mais esse tipo de ação predatória”. Parece piada Jackson Barreto dizer-se preocupado com os cofres públicos --sim, a assertiva contra o adversário tem este tom generoso! Aliás, sobre predação do Erário, o danado do falastrão é autoridade notória, com carradas de processos por “improbidade administrativa” descansando nos escaninhos do Supremo Tribunal Federal. O Brasil é uma mãe com políticos “predadores”.
Meu herói filosófico francês discorria sobre a natureza da alma humana sem aquelas travas do “bem” e do “mal” bíblicos. Qual é o destino do homem, afinal? O homem bom existe? Ao dirigir-se em resposta a Jackson Barreto, Eduardo Amorim fez ao Cinform uma afirmação bastante voltaireana: O passado de cada um dirá quem é “O” predador --“(Mais) Uma atitude para querer enganar o povo”, comenta o senador sobre as palavras de JB, que julga serem “inapropriadas” para um governador e candidato. Como discordar de Eduardo Amorim ao afirmar uma verdade incontestável sobre quem é JB? “Quando se diz que ele (Jackson Barreto) está zen, é porque é do interesse dele estar. Mas as atitudes e as práticas dele são as mesmas do passado, que foi devastador...”
A entrevista merece ser lida porque revela as intenções de um político que se diz diferente. Políticos são todos iguais ou alguns seriam mais iguais que os outros? Leiam e reflitam.
Por David Leite | 28/10 às 12h15

PS: Havendo dificuldade para ler mesmo quando o texto for ampliado, sugiro baixar o arquivo e lê-lo no seu processador de imagens.

Um comentário:

Venus disse...

Olá, meu caro David!
Citando Voltaire: " Os infinitamente pequenos têm orgulho infinitamente grande" e "O melhor governo é aquele em que há o menor número de inúteis".
Agora quando se misturam orgulho e incapacidade, aí lascou tudo.
Bjs, meu querido!
Gláucia Venus