TEXTO CENSURADO POR VALADARES NO FACEBOOK
.

ANTÔNIO CARLOS VALADARES: UMA “ILHA” CERCADA
DE DEJETOS MORAIS POR TODOS OS LADOS
.
Por David Leite | 09/05/2013 às 19h10 | Eleições 2014
Seria Antônio Carlos Valadares uma “ilha” de despudor? Doutor “honoris causa” na arte da dissimulação e do engodo, o senador foi por toda a vida capaz de enganar com gestos afáveis e aquela voz mansa até o mais ardiloso dos danados... A cobra dos olhos verdes já passou a perna em muita gente. Agora tenta mais uma vez enganar a todos ao mesmo tempo...
Um breve histórico: arrimo da Ditadura Militar, Antônio Carlos Valadares entrou em 1966 para a Arena do general Costa e Silva. No ano seguinte estava prefeito da terra natal Simão Dias. Em 1971 elege-se deputado estadual e em 1979 torna-se secretário estadual de educação, pelas graças do governador Augusto Franco. Fica amigo do ex-prefeito João Alves Filho.
A primeira vítima do cinismo de Antônio Carlos Valadares foi Augusto Franco. Para humilhá-lo, juntou-se a João Alves Filho e à estrela em ascensão Jackson Barreto. Elegeu-se governador em 1986 num pleito emblemático: foi o único político da “nova Arena” – o PDS – a conquistar a vitória; os demais eram do PMDB. Sob a influência de João Batista de Oliveira e Figueiredo, Antônio Carlos Valadares tratou na base do cassetete e do camburão servidores públicos grevistas. Nem o deputado estadual e profissional da incitação de greves Marcelo Déda escapou do sapeca-iaiá num protesto nas cercanias do Palácio Olímpio Campos.
Jackson Barreto seria a segunda vítima do gene ilusionista de Antônio Carlos Valadares. Uma tramoia urdida em parceria com Marcelo Déda cassou-lhe o mandato de prefeito de Aracaju (1988) sob a alegação de “corrupção”. A famosa “Rede Cabaú – eufemismo criado pelo saudoso jornalista Fernando Sávio para denunciar o uso político da TV da família Franco – era o principal veículo das denúncias. Inconformado com a patifaria de quem havia ajudado a eleger, um choroso Jackson Barreto responsabilizou Antônio Carlos Valadares em pleno horário eleitoral pela morte da mãe dele... “de desgosto”!
Naquele momento, Antônio Carlos Valadares começou a dar sinais de desconforto com a pretensão do ministro do Interior da gestão de José Sarney João Alves Filho de retornar ao governo. O Negão foi a terceira vítima do veneno de Antônio Carlos Valadares – e por conseguinte, o seu passado de arrimo da ditadura. Antônio Carlos Valadares rompeu com o PFL e avançou para o PSB, numa guinada espetacular à esquerda. Em 1994, ainda sem mandato, se acumplicia com Jackson Barreto e Marcelo Déda para derrotar o antigo aliado senador Albano Franco, candidato do Negão ao governo. Acabou eleito senador...
De lá para cá, Antônio Carlos Valadares tentou a sorte como candidato a prefeito de Aracaju (2000) e acabou derrotado. Aliou-se de novo a todos os políticos de Sergipe e passou a rasteira em boa parte deles... mais uma vez! Trabalhou para eleger Mula da Silva, Marcelo Déda e Dilma Rousseff. No entanto, só mantém o apoio ao grupo petista para não perder os mais de 500 cargos que dispõe no governo em Brasília e em Sergipe, apesar de já trabalhar abertamente a candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos à presidência.
Após a fragorosa derrota em 2012 na própria Simão Dias para o candidato dos irmãos Amorim, Antônio Carlos Valadares abandonou o riso singelo de Monalisa e hoje é uma pessoa amargurada, sem trato afável até mesmo com os correligionários – recentemente, acusou a deputada Maria de Mendonça de ser a responsável pela doença de Marcelo Déda. Nesta semana prejudicou os parceleiros do baixo São Francisco ao impedir a vinda a Sergipe do presidente da Codevasf, apenas porque o encontro não havia sido agendado por ele. Um gesto pouco republicano!
O pior sinal da decadência de Antônio Carlos Valadares, porém, não é a tentativa de apoderar-se de influente no cenário nacional. Quem o conhece sabe que ele se arrepia todo se alguém põe sob suspeita sua conduta ética e moral – se tocar na honestidade, então, ele infarta! Sendo assim, Antônio Carlos Valadares seria uma “ilha” cercada de dejetos morais por todos os lados: entregou a vice-presidência do PSB/SE a ninguém menos que o ex-prefeito de Capela Manoel Messias dos Santos (vulgo Sukita), acusado de sacar R$ 6 milhões do erário na boca do caixa, e tem como “conselheiro político” o assacador de prefeitos George Magalhães. “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”...
Eis minha dúvida: será que por estar de cabeça quente – já que pode ser passado para trás pelos irmãos Amorim nas negociações para garantir um palanque vitorioso em Sergipe a Eduardo Campos – nem implante de cabelo estaria mais se segurando no cocuruto do nobre senador? É a vida, gente! Quem se acha esperto, um dia encontra um esperto e meio..

Nenhum comentário: