METADE DA IMPRENSA DE SERGIPE VENDIDA?
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Por David Leite | Domingo, 14/04/2013 | 10h50
O bate-papo entre Gilmar Carvalho e Edvan Amorim levado ao ar na manhã de sexta-feira (12) pela Ilha FM deixou muita gente chateada e outro tanto – sobretudo políticos governistas – a beira de um ataque de nervos... De tudo dito no colóquio apenas um tema me interessa. A afirmação do empresário acerca da imprensa de Sergipe: “Dos três jornais diários, dois são vendidos ao governo”.
No meu entender, Edvan Amorim falou quase nada sobre as pilantragens praticadas por jornalistas para favorecer interesses políticos. Um insider no métier, o empresário conhece como poucos os bastidores da imprensa e da política em Sergipe. O cabra chegou a denunciar a existência de jornalista – não citou nomes – cuja esposa estaria lotada num gabinete de autoridade do governo Marcelo Déda recebendo salário de R$ 12 mil em troca de favores “jornalísticos”.
O líder do PTB aconselhou o consumidor de notícias a abrir os olhos, pois haveria certas matérias “financiadas com o dinheiro público”. Na avaliação dele, metade da mídia sergipana estaria vendida – além dos citados “dois” diários, sites, blogs e emissoras de rádio e TV também teriam opiniões compradas com grana pública... É natural governos pagarem aos órgãos de imprensa e mídia para divulgar material de propaganda. A provocação de Edvan Amorim foge a esta regra. Jornalistas, radialistas e outros bichos se serviriam de um “mensalão” para agir de acordo com a cartilha do poderoso de plantão.
Tenho denunciado que o governo estadual contratou ano passado a peso de ouro – falam em R$ 35 mil por mês – um mega radialista cuja missão é difamar políticos que destoam da gestão Marcelo Déda. A serpente falante dos olhos esbugalhados, de cabeça redonda avantajada, pança proeminente e pernas finas é uma usina diária de impropérios a execrar, achincalhar, injuriar...
Também não é novidade a existência de uma malta de ratos cibernéticos disfarçados de “independentes”, designada por um prócer da Prefeitura de Aracaju para promover no Twitter uma campanha eleitoral extemporânea, já devidamente estancada pelo TRE/SE. A cambada de murídeos agora esperneia e usa parte da imprensa para tentar ludibriar o público, posando de vítima.
Talvez não seja politicamente correto dizer certas verdades de forma tão nua e crua. Talvez Edvan Amorim tenha apenas fugido um pouco do seu costumeiro figurino, geralmente cândido e voltado ao diálogo manso. Mas não há dúvida que o papel da imprensa na seara política integra a pauta de discussão do líder do PTB, que já avisou: não ficará calado! Valei-me, Céus...  

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