Segunda-feira, 22 de Outubro de 2012 | 11h30 | Política
Jackson Barreto e a “porta da esperança”

Por David Leite
Se há uma coisa a qual não se discute em Sergipe é quanto à esperteza política do governador em exercício Jackson Barreto. O cabra tem conseguido manter-se no poder desde sempre – são quase 30 anos de vida pública, surfando nessas ondas; ora no executivo, ora no legislativo, mas sempre lá...
Manchete de ontem do Jornal da Cidade: “Jackson diz que vai abrir portas para João em Brasília”. Pode parecer um título cujo fim seria apenas “polemizar” a entrevista dada pelo governador ao vetusto matutino, coisa normal na imprensa. Mas neste caso, onde há fumaça, há fogo – muito fogo!
O fim a que se destina o “pacote” está bastante claro: o gabinete do chefe Edvan Amorim. É lá onde JB, como candidato ao governo em 2014, encontra o mais ardiloso dos concorrentes políticos, a ensejar-lhe dúvidas quanto à vitória certa – afinal, estando JB de posse da máquina, a coisa muda de figura; no entanto, Edvan Amorim já mostrou que não está para brincadeira...

Uma vida abrindo portas – Lá se vão mais de 35 anos quando Jackson Barreto gritava às portas, “Correio”, “Olha o Carteiro”... Como entregador de missivas, abriu muitas portas. Chegou ao poder pelas mãos de Maria do Carmo Alves e João Alves Filho, e na prefeitura soube abrir portas para empregar Antônio Carlos Valadares no cargo de governador – em contrapartida, recebeu um pé na bunda porta afora da Prefeitura de Aracaju, mas esta é outra história...
JB continuou abrindo portas, daquela feita as do Palácio Inácio Barbosa. Primeiro para o neófito Wellington da Mota Paixão (1988). Depois para o primo Almeida Lima (1993); e em seguida para o milionário João Augusto Gama (1996). Num gesto que mudaria sua história, foi eletrochequecutado por Albano Franco, a quem escancarou as portas do eleitorado mais pobre (1998) em troca de uma vaga no Senado – que não rolou.
Seguiu abrindo portas para Marcelo Déda (2004), Edvaldo Nogueira (2008) e para um montam de amigos, a quem alojou em cargos no governo estadual e na prefeitura. Agora, para provar que é craque no ofício de girar maçanetas, promete abrir “as portas” de Brasília para o Negão – mimo com o qual pretende dizer aos Negão e aliados: “Posso lhes ser melhor que o danado do Edvan Amorim, pois tenho as chaves de gabinetes importantes do Planalto”.
Bem... conhecendo a fama de Jackson Barreto, creio tratar-se somente de mais um dos seus muitos espalhafatos! Para João, JB abriria “As Portas da Esperança”, que tal qual o quadro do Programo Sílvio Santos, corre o risco de encaminhar a uma sala vazia: “Ah, Negão, não foi desta vez. Continue tentando...”
Sou otimista inveterado... Meu coração vagabundo leva-me a crer na grande possibilidade de Jackson Barreto, por ser capaz de tudo – tudo, mesmo! –, aplicar um nó em muita gente incauta! É quando pretendo rir... muito!

PS – Lembrei de Luiz Caldas, em “Fricote”:

O Negão começa a gritar:
“Pega ela aí”
Pra quê?
“Pra passar batom,
na boca e na porta
do céu...”

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