Alopração de Ana
Lúcia Menezes é apenas “mise-en-scène”
…
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David Leite | Sexta-feira, 15/06/2012 | 17h20 (com atualização às 18h04) | Educação
Como
se sabe, atualmente a facção petista liderada pela professora Ana
Lúcia Menezes dispõe de representação no parlamento estadual e
numas poucas cidades. A intenção do grupo, que aboletou-se no
Sintese no século passado e desde então carcome o vetusto “clube”,
é chegar à Câmara de Aracaju e de outras tantas importantes municipalidades do interior com o maior número possível de vereadores eleitos, segundo comentários dos bastidores sindicais – mencionei inicialmente que seriam dez cidades, mas já se admite, seriam de 30 a 40 .
Na
sessão de ontem na Alese, a professora engrossou a voz contra os
“cumpanhêrus”, ao cobrar dos colegas deputados agir como poder
frente ao governo Marcelo Déda. Disse ela: “Sendo parlamentares,
temos autonomia para dialogar com o Poder Executivo com a mesma
altivez com que ele dialoga conosco. Não somos um poder subalterno.
Tem que acontecer a harmonia.”
A
queixa de Ana Lúcia Menezes objetiva sensibilizar os demais
parlamentares para restabelecer uma lei criada pela própria Alese em
1973 – a da carreira única do magistério. A deputada governista
quer a imediatada revisão e adequação do plano de carreira ao piso
salarial dos professores. “Esperamos que essa Casa restitua um
direito que conquistamos (há anos)”, reiterou.
Ontem
também, a representante dos professores passou a coordenar um
movimento na Alese que pode complicar ainda mais a já atravancada
gestão de Marcelo Déda. Pede ela que nenhum projeto do governo seja
votado antes de serem retomadas as negociações com os professores
para o pagamento do piso salarial. Contraditoriamente, mesmo tendo
(aparentemente) rompido com o governador, Ana Lúcia Menezes já
“decidiu”: vai permanecer no partido – aliás, macaco sabe o
pau que trepa: se deixar o PT, no dia seguinte perderá o mandato
por conta da lei da Fidelidade Partidária.
Voltemos
ao tema do início... As tantas manifestações de Ana Lúcia Menezes
e asseclas nos últimos quatro meses (pré-eleitorais) atendem a uma
agenda bem estudada, pela qual essa turma de aloprados quer
aproveitar o péssimo momento político vivido pelo governo dos
“cumpanhêrus” e usar a gorda máquina do Sintese para, através
de ações coordenadas dentro e fora das escolas, e também por via
de lances estratégicos de comunicação, convencer os eleitores da
necessidade de eleger o maior número de professores aos parlamentos
municipais, dentro do discurso maniqueísta de que somente assim será
possível lutar por uma educação melhor.
Trocando
em miúdos: a tal da alopração da facção sindical do PT –
paralisação com “churrasco de laje” no asfalto, forró brega
regado a banheiro químico e cachaça, e o enterro meia-boca do governo anão
do PT – constitui apenas um tosco “mise-en-scène”, com vistas
a não perder espaço no jogo do poder político (dentro e fora do
partido), hoje centrado nas mãos trêmulas de Marcelo Déda.
Em
auxílio luxuoso a Ana Lúcia Menezes e asseclas, acorreu o senador
Antônio Carlos Valadares, que ao impor o nome do filho como
candidato da gestão Marcelo Déda, agravou o desamor da militância
petista pelas estrelas do partido. Militância, aliás, cuja preferência por um nome
próprio concorrendo à PMA é notória, havendo inclusive decidido
por Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho dois
meses atrás – para sorte do Negão (favor cantar como se fosse
“Para nossa alegria”, do trio de impagáveis Jefferson, Mara e a doce Suelen)... : )
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