Terça-feira, 29 de Maio de 2012 | 11h25 | Políticas Públicas: Educação
O fundo do poço
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Incapazes de apresentar uma proposta para melhorar a qualidade do ensino nas escolas públicas estaduais, hoje lamentavelmente geridas de forma estúpida, medíocre até, pelo PT do garboso governador Marcelo Déda – duas vezes eleito com o voto da maioria dos professores sergipanos, frise-se –, sindicalistas da educação (Sintese) apelam para a arma dos desprovidos de mínima inteligência: o radicalismo

Quem em sã consciência seria contra a bem remunerar os professores da rede pública estadual, com salários compatíveis – e até prêmios em dinheiro (um 14º. e até um 15º. salários) –, caso o resultado do trabalho apresentado no final de cada ano letivo fosse um notável desempenho dos alunos em testes para aferir o nível de aprendizagem?
Na contramão, pergunto: quem, no entanto, acredita ser possível negociar salário e vantagens com professores cujo nível do trabalho em sala de aula está (muito) abaixo da média nacional, estando os alunos da escola pública sergipana entre os de menor nível de aprendizagem, num comparativo com os colegas das demais escolas públicas do Brasil?
O governador Marcelo Déda entende de administração o que a maioria de nós sabe sobre exobiologia e astrofísica. Sem dúvida, por conta da incapacidade, da incompetência do gestor estadual, chegamos ao fundo do poço no quesito educação – não sei se os alunos das escolas públicas geridas pelo PT vão conseguir concluir o ano letivo de modo satisfatório.
A confirmação (ontem) da manutenção da greve dos servidores da rede estadual, que já perdura por quase um mês, sugere um futuro desastre: alunos aprovados ao fim deste ano, sem mínimo critério educativo, apenas para “tapar buraco” nas cadernetas... Assim têm agido os professores, pelo menos a maioria esmagadora deles!
Não sei o grau da fé dos amigos leitores na humanidade nem suas crenças na natureza humana, mas sem dúvida, num ambiente onde reina a anarquia geral – caso da educação estadual sergipana hoje –, com profissionais desmotivados e trabalhando abaixo da capacidade de empreender, o resultado final não será nada bom...
Não acho que aumentar o salário do professor sem cobrar dele metas vá resolver o problema. Vou além: do jeito que a coisa está, mais uma geração de sergipanos pobres, graças aos políticos e sindicalistas do PT de Marcelo Déda, Ana Lúcia Menezes e Cia, não terá a mínima chance de concorrer em pé de igualdade, em busca de uma vaga na Universidade Federal de Sergipe (ou outra escola de nível superior pública), com os filhos da classe média, matriculados nas escolas privadas – que na média, são tão ruins quanto as públicas (no quesito qualidade do ensino), mas que estão lá, funcionando, tentando...
A receita campeã, aquela que tem levado alguns municípios brasileiros aos primeiros lugares num novo ranking nacional feito pela ONG Todos pela Educação, é aparentemente simples. Advém de uma obviedade ululante: a rara continuidade de um conjunto de iniciativas, algumas posta de pé há quase duas décadas – quais sejam:
1) Escolher diretores por critérios técnicos e não pela falaciosa vilania petista denominada “gestão democrática”, uma patifaria para criar reserva de mercado;
2) Incentivos financeiros mensais e prêmios anuais para os professores com melhor desempenho em sala de aula, aferido em testes de qualidade do aprendizado dos alunos feitos de forma independente;
3) Promover cursos de capacitação, aperfeiçoamento e gestão para professores, servidores e diretores de forma permanente, e avaliação do nível de absorção das novas informações através de exames de qualificação – os melhores colocados recebem incentivos financeiros e prêmios;
4) Aplicar em toda rede um currículo único e bem organizado, embora tal medida ainda sofra resistência daqueles professores que não querem ver-se tolhidos na “liberdade de ensinar”, uma outra praga criada por gente sem escrúpulos, como o endeusado “mestre” comuno-petista, o “filósofo” Paulo Freire;
5) Valorizar a leitura de livros, jornais e revistas, e promover discussões (extra aulas) sobre temas da atualidade, envolvendo alunos de classes diferentes – a “disputa de opinião”, no entanto, deve sempre respeitar a diversidade de pensamento, frise-se, e não a pregação feita por professores em sala de aula contra esse ou aquele político, prática usual hoje;
6) Incentivar a participação dos alunos em competições municipais, estaduais e nacionais em todas as disciplinas, e não apenas no esporte, como atualmente;
7) Abrir a escola para a comunidade, sobretudo nos finais de semana, com iniciativas para atrair as famílias: teatro, dança, música, pintura, artes marciais, xadrez...
De fato, o Ministério da Educação já possui um bom plano para elevar a qualidade do ensino no Brasil, mas carece de incentivos de quem comanda a Nação. Unir esforços entre os governos federal e estaduais, seria um bom começo. Porém, esbarra-se num fato dantesco: aqui e ali, sindicalistas mal-humorados, verdadeiros ranzinzas, atravancam as ações, disseminando a apatia entre os jovens pobres, que hoje enxergam na escola pública não uma porta de saída para alcançar um melhor status social (sem precisar de cotas ou da benesse de governos e políticos), e sim um problema a mais em suas vidas.

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