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Domingo,
15 de Abril 2012 | 20h30 | Tecnologia
Mídias
sociais, políticos e “malabaristas da informação”
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Inicialmente,
os conceitos: rede social indica um grupo de pessoas com algum nível
de relação ou interesse mútuo – ou seja, desde
as savanas africanas tem sido praticada e gerou a civilização
atual; já a “new media” (novas mídias) ou mídias
sociais se referem ao poder de difundir uma mensagem de forma
descentralizada dos grandes meios de comunicação de
massa, a partir de ferramentas “online” usadas na interação
com outros indivíduos.
Com
o avanço da internet no Brasil, as mídias sociais
ganharam importância fundamental para a divulgação
de material de interesse político e partidário, com ou
sem fito ideológico, nas redes sociais online (Orkut, Twitter e
Facebook, mais destacadamente). Contudo, no aspecto eleitoral, o
próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos
Ayres Britto, em entrevista a Folha de S. Paulo deste domingo,
concorda ser a Lei Eleitoral restritiva, não estando “de
acordo com o espírito da Constituição, da
liberdade de expressão, de manifestação do
pensamento”.
A
boa notícia! Sendo o próximo presidente do STF, Carlos
Ayres Britto avisou: por ferir a lei maior do País, e sufocar
o uso livre de redes sociais e da internet em eleições,
as restrições quanto ao uso desses mecanismos “está
com os dias contados”...
Ou
seja, certamente, militantes, partidários, assessores e os
próprios políticos vão poder usar a internet
para fins eleitorais já no pleito deste ano sem qualquer tipo
de amarras, como ocorre nas mais avançadas democracias! É
aí que mora o perigo para assessores e candidatos que
desconhecem o modus operandi da rede mundial de
computadores...
Como
alerta o renomado professor Alberto Carlos Almeida em “A Cabeça
do Eleitor” (Record, 305 páginas), “Eleições
são um território sujeito à mistificação.
Um pouco por natureza, muito por esforço deliberado. Por ele
perambulam gurus, bruxos e marqueteiros. Em comum, além da
pose de donos da verdade, a atitude de esconder o jogo ou de fazer
crer que a disputa eleitoral pertence ao universo das coisas
intangíveis, ao qual só têm acesso gênios
dotados de intuição e criatividade incomuns. Tudo se
passa como se uma eleição pudesse ser resolvida por uma
tirada brilhante, pelo maquiavelismo matreiro ou por uma consulta ao
oráculo”.
Lá
se vão oito campanhas eleitorais e nestes mais de 20 anos
assessorando políticos vi de tudo... todo tipo de gente a
tentar vender gato por lebre! Agora, com a possível liberação
da internet, surgem os especialistas em fazer milagres eleitorais
através das redes sociais online. São os “malabaristas
da informação”, no mais das vezes, figuras sem
qualquer conhecimento sobre política, psicologia social,
comunicação... – gente que jamais leu ou praticou as
contingências por trás dos embates eleitorais: ações,
ganhos, perdas... os inflados (egos) neófitos!
Não
obstante ter importância estratégica na consolidação
da imagem junto ao público mais qualificado, que não se
enganem os políticos sergipanos: em terras dos Tupinambás e Xocós, a recém parida internet engatinha e a força que detém ainda é
bastante setorizada – mesmo que já atinja, em parte considerável, o importante núcleo
formador de opinião. E não há mágica que
faça qualquer político em Sergipe, apenas com o uso da internet,
chegar ao eleitor majoritário, aquele que ainda se informa só
através do rádio e da TV, meios preponderantes.
Mas
temos o eleitor mais jovem (entre os 16 e os 35 anos), que representa
43% dos votantes em Aracaju. Quantos deles estariam online,
integrados a alguma rede social citada acima e dispostos a interagir
se a discussão tiver temática política? Não
há tabulações disponíveis para fechar alguma
resposta minimamente confiável. Contudo, levando em conta a
experiência das últimas três eleições,
diria que o número cresce a cada ano exponencialmente –
talvez ¼ ou quem sabe até um pouco mais deste grupo em
particular esteja plugado à rede.
Sem campanha via internet, o candidato perde um palanque qualificado e disseminador/desenvolvedor de conteúdos favoráveis (“virais”, no jargão técnico). No
entanto, assessores e candidatos devem ficar vigilantes. O mercado está cheio de “mercadores da fé alheia”, aqueles
que ao fim e ao cabo, se o sujeito acaba eleito,
poderão dizer com certa cara-de-pau: “Venceu por causa da internet!” Um
dia, quem sabe. Por enquanto...
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PS - Sem esquecer, há gente muito boa e com indiscutível qualidade profissional atuando em Sergipe. Jovens de muito talento, inteireza no conhecimento técnico e finesse no trato. Tenho o prazer de conhecer alguns...
PS - Sem esquecer, há gente muito boa e com indiscutível qualidade profissional atuando em Sergipe. Jovens de muito talento, inteireza no conhecimento técnico e finesse no trato. Tenho o prazer de conhecer alguns...
Um comentário:
Em boa hora sua matéria, meu caro DMilk, pois os alquimistas estão chegando. Tudo parece indicar que esse eleitor jovem e plugado sente engulhos só de ouvir falar em política eleitoral e está razoavelmente vacinado contra manipulações da rede social,mas sempre teremos os facebookistas que trocam fotos de batizados de filhos e mensagens elevadoras do padre Fábio de Melo. Esses são massa da manobra da melhor qualidade. Vale a pena tocar o assunto pra frente nessa temporada de caça ao eleitor, grande abraço
Sávio Grossi
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