Terça-feira, 10/05/2011 | 16h12
Um imbróglio sem fundamento
Na briga midiática entre as facções no poder, salta aos olhos a disputa pública de “egos” entre o atual mandatário de Aracaju, o prefeito comunista Edvaldo Nogueira, e aquele a quem deveria, por obrigação – ou pelo menos, por gratidão! –, chamar de “padrinho”, por tê-lo levado aonde está, o governador Marcelo Déda. Se prevalece o desamor, algo está errado...
No mês de aniversário dos 159 anos de Aracaju, a propaganda da prefeitura a comemorar a data tinha enfoque, no mínimo, pouco amigável com o “padrinho”. Dizia que “jamais se fez por Aracaju, como nos últimos cinco anos”. Pretensiosa na essência, tinha ainda o demérito de equiparar Marcelo Déda ao atual prefeito, com prejuízo claro à imagem do governador.
Nos bastidores, Edvaldo Nogueira teria sido instado a abandonar aquele “discurso de confronto” por ninguém menos que Carlos Cauê, ex-secretário de Comunicação da PMA, hoje exercendo função igual no governo. Mantidos os “ouvidos de mercador”, o material foi veiculado na mídia, sendo a posteriori complementado pelas inserções do PCdoB, na mesma linha programática.
Agora, como se em resposta ao prefeito comunista de boutique, o PT usa suas inserções de RTV para contestar acerca do verdadeiro autor das tais “transformações e realizações”, que teriam tornado Aracaju na “capital da qualidade de vida” – aliás, como bem atentou o jornalista Habacuque Villacorte em escrito recente, “hoje, então, não mais seria?”.
O começo de tudo – Tão logo se disse que Marcelo Déda estava reeleito governador, a festa da vitória – inclusive, organizada ainda na madrugada do domingo eleitoral – serviu para que petistas, alguns de alto coturno, fizessem queixa pública pela triste derrota do partido na capital. Para não haver dúvida sobre a quem se atribuía o feito, Edvaldo Nogueira foi impedido de discursar por uma enxurrada de vaias. Teria havido na comemoração dos 159 anos de Aracaju o troco?
A briga de “egos” entre o PT e o PCdoB pode até não desaguar em algo mais sério, como a perda do comando da PMA pelo grupo supostamente liderado pelo governador Marcelo Déda. Mas denota, sem dúvida, que o poder político do governador anda alquebrado, desnutrido, acanhado.
Seria o início do fim de um reinado basificado somente no discurso? Sim, porque convenhamos, juntando as “obras” realizadas por esta turma na última década, somente uma – feia, por sinal – vem à luz: o viaduto! Ou seja, a briga de “egos” é, na verdade, uma briga por nada. Nada importante...
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