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Segunda-feira, 11 de Outubro de 2010 | 00h45
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“Lição das urnas”
O título surrado desta pendente reflexão adveio-me em acato à sugestão medonha do jornalista-professor, mestre Luciano Correia, serrano da gema, fundador do PT em Itabaiana, ora no conforto de Madrid, Espanha. Calha por aludir à chacota fanfarrona –no caso de quem o sugeriu, sem pudor; e para este charco oposicionista, por evocar, digamos, a incômoda questão da liberação da massa... a encefálica!
Uns 35 anos atrás, o País ainda dormia e acordava “com seus apocalipses mais totais. E suas utopias radicais”. Éramos, os brasileiros sonhadores, “Os outros românticos” de Caetano Veloso. Contra a ditadura, agitavam-se bandeiras expondo a mordaça à imprensa, o garrote na oposição, a falta de emprego e a educação em frangalhos. Garotos, como eu, viam tudo através da janela...
Bem lembrou Luciano Correia (Folha da Praia, edição 793) de um daqueles líderes contrários à tirania dos anos 1970. O cujo não dispensava os efeitos alucinógenos da Bagaça oferecida pelo professor Maceta num quintal da princesinha serrana. Fecha agora, após oito longos anos, um ciclo de poder de onde, segundo o próprio, foi parido “este país chamado Brasil”. A Era Lula da Silva jamais será esquecida!
Em Sergipe, o estresse pós-traumático ainda provoca indisposição gástrica. Marcelo Déda venceu a eleição, é verdade. Mas recorreu ao Inferno para fechar a parca vantagem. Quem teve em seu favor o apoio de 71 prefeitos, lideranças, o indiscreto queixume do compadre-presidente –“Vou foder o João Alves Filho, custe o que custar”–, a força das máquinas federal e estadual, e todo o poder econômico... por pouco não saiu desmoralizado.
Diante da fatalidade das urnas, a Marcelo Déda restou somente recuar! O mito do invencível jaz alquebrado, ferimentos a vista, após a derrota na nesga de Sergipe que raciocina. Perdeu Ele, perdeu também Dilma Rousseff na Grande Aracaju. Ao governador reeleito incomodou sobremodo a liberação da massa... a encefálica!
Em 2006, Marcelo Déda ancorou-se no padrinho Lula da Silva para eleger-se com a promessa de promover A Mudança. Ao admitir depois de reeleito ser a saúde pública ainda “grave problema”, devolveu a João Alves Filho o distintivo da verdade, cassado durante a campanha. Antes de admiti-lo, no entanto, o Governo da Mudança para Pior já se havia desmascarado! Onde rádio, TV e internet alcançam, a estripulia do PT foi reprovada! Quem não precisou reverenciar Lula da Silva, enxotou o compadre Marcelo Déda, e de quebra, Mãe Dilma Rousseff –aos números do TSE:

Dos sergipanos da Grande Aracaju, com acesso ao debate político, 197.999 deram duro recado a Marcelo Déda através de João Alves Filho, político cujo grande adversário é ele próprio: a propaganda mentirosa, o discurso fácil e a engambelação administrativa já não mais funcionam. Eis a “lição das urnas”.
Marcelo Deda engavetou o sorriso! A ausência dele no primeiro programa de TV de Dilma Rousseff neste segundo turno é sintomática. Todos os demais governadores reeleitos em 03/10 falaram. Menos Ele. Iria dizer o quê? Melhor calar-se. A derrota na Grande Aracaju (23.369 votos pró-José Serra) ainda grita: “Nada será como antes, amanhã...”.
Lula da Silva vai embora em dezembro, para sorte do Brasil honesto, que rejeita a mordaça à imprensa, o garrote na oposição, a falta de emprego, a educação em frangalhos e o “grave problema” entranhado na saúde pública. Em Sergipe, Marcelo Déda assegurou ao PT porto-seguro por mais quatro anos. Mas ainda há chance para evitar que esse mal intencionado projeto de poder permaneça a locupletar a Presidência da República.

José Serra neles...

Um comentário:

Anônimo disse...

NOVO ESCÂNDALO NO PLANALTO! DEPUTADO DENUNCIA: 'FUI EXTORQUIDO NA CASA CIVIL'
Vladimir Muskatirovic, o Vlad, da Casa Civil, ao lado da ex-ministra Erenice Guerra. No destaque, Roberto Rocha
Em reportagem de VEJA desta semana, o parlamentar Roberto Rocha revela que assessor de Dilma Rousseff exigiu 100 000 reais de propina para agilizar processo que dependia de autorização do presidente Lula.
Em 2007, o deputado Roberto Rocha, do PSDB maranhense, obteve uma audiência na Casa Civil para tratar de um problema que já se estendia por anos. Como mostra a revista VEJA desta semana, contudo, Rocha não encontrou uma solução para seu problema na visita ao Planalto. Encontrou, isso sim, um outro exemplo de como um balcão de negócios operava na Casa Civil de Dilma Rousseff, Erenice Guerra e companhia.
Sócio da TV Cidade, retransmissora da Record no Maranhão, Rocha aguardava desde 2003 uma autorização para alterar a composição societária da empresa. Como as emissoras de televisão são concessões públicas, negócios desse tipo requerem a chancela do governo. Esse procedimento burocrático deveria ser rápido (na medida em que as burocracias são rápidas, é claro), mas acabou se alongando despropositadamente por razões políticas. Rocha é adversário dos Sarney no Maranhão. Dona de TV no estado, e influente no governo Lula, a família fez de tudo para atravancar o seu negócio. Como no Maranhão o apoio ou a oposição aos Sarney é um divisor de águas, Rocha contou até mesmo com a ajuda de petistas, como o deputado Domingos Dutra, para chegar à Casa Civil.
Lá, encontrou-se com o personagem central da reportagem: o advogado Vladimir Muskatirovic, o "Vlad", que atualmente ocupa a chefia de gabinete da Casa Civil. Subordinado de Erenice Guerra desde a época em que ela comandava a assessoria jurídica do Ministério de Minas e Energia, Vlad foi carregado pela chefe para a Presidência - da mesma forma como Erenice foi carregada por Dilma Rousseff, de quem era braço direito.
Dilma tornou-se candidata à Presidência da República pelo PT. Erenice assumiu a Casa Civil, mas foi derrubada do cargo por comandar uma central de tráfico de influência que beneficiava, entre outros, seu filho Israel. Vlad, no entanto, continua firme no governo. Como mostra VEJA - que ouviu também fontes da Casa Civil e do próprio PT -, ao receber o deputado Rocha ele pediu 100 000 reais de propina para resolver a sua pendência.
"Fui extorquido pela Casa Civil", diz Rocha a VEJA. A revista também narra como uma segunda reunião, no restaurante da Câmara dos Deputados, foi agendada para acertar as prestações. O primeiro pagamento - o único consumado - foi de 20 000 reais.
Procurado por VEJA, Vlad negou, em nota escrita, ter pedido ou recebido propina.

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