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Segunda-feira, 31 de Maio de 2010 – 08h45
> Marcelo Déda ainda chora o leite derramado
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Marcelo Déda ainda chora
o leite derramado
A soberba da infalibilidade típica dos deuses não tem permitido ao governador Marcelo Déda, pois entranhada até às madeixas cinzas, enxergar o óbvio: não adianta vociferar desaforos para quem gravou o comício do Palácio de Veraneio (leia mais no comentário anterior) nem lastimar a divulgação de gravações do abusado evento de campanha pelo jornalista Gilmar Carvalho. Se o leite derramou, derramado está e só resta a alternativa de limpar a sujeira.
Por incrível que pareça, após quase duas semanas do fatídico encontro eleitoral, Marcelo Déda ainda não dorme confortavelmente. Sente-se amargurado... Aperta-lhe o peito relembrar a presença de um réprobo entre seus aliados –o traidor nefasto, cuja malfeitoria expôs ao distinto público o desprezo do governador pelo mais comezinho dos ditames estabelecidos pela legislação eleitoral: “Não usarás a máquina pública para obter vantagem sobre seus adversários”.
O que era para ser um “simples almoço de agradecimento” acabou transformado pela turma do barulho oposicionista num homérico uso indevido do poder governamental. Marcelo Déda engoliu direitinho a isca. Ao invés de manter-se distante, deu-se feito pato em desabrida autodefesa, sobretudo através de seu novo brinquedinho, o Twitter –ao reboque do chefe acorreram também seus áulicos; todos em busca de defender o indefensável.
O tempo transcorrido desde então –repito, quase uma semana– deveria servir para a profunda reflexão dos governistas acerca do risco político-moral de contrariar o rito legal em vigor. No entanto, estranhamente, esse pessoal da esquerda quando não usa a força das armas para “convencer” quem não se convence doutro modo –como fizeram/fazem os irmão ditadores de Cuba e o filhote de ditador Hugo Chávez–, abusa das “verdades absolutas”. Foi assim que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, resolveu meter-se nessa história.
Disse ele ao jornalista Joedson Telles (http://www.universopolitico.com/) quinta-feira: “...a reunião do palácio, não tinha nada demais. O governador pode receber e fazer reuniões. O que lá foi tratado são temas de interesse do Estado. Não foi tratado campanha eleitoral, campanha política. Não foi tratado candidaturas. Política faz parte do trabalho administrativo. Eleição é outra coisa”.
Além de ser quase médico, Edvaldo Nogueira também é um quase alquimista. O prefeito comunista de butique tenta transformar um almoço-comício, descaradamente eleitoreiro –conforme ouvido por meio Sergipe no programa de Gilmar carvalho–, num “trabalho administrativo” de “interesse do Estado”. Talvez o prefeito esteja emitindo juízo baseado no que lhe afiançou o chefe maior. Somente isso justificaria ter ele perdido a chance de continuar de boca fechada.
Pelo sim, pelo não, o melhor para o governador Marcelo Déda (e sua turma de assessores com BlackBerry) seria encerrar este tenebroso assunto. Nada de mais delongas, tão prejudiciais à já carcomida imagem do Governo da Mudança para Pior. Nada de piadinhas envenenadas contra a oposição em blogs e twittadas... Enfim, chega de choramingar o leite derramado!
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