Quinta-feira, 01 de Outubro de 2009 – 11h55

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>> Picado Pela Experiente Cobra, Danilo Segundo Chora

>> Um Encontro Escatológico

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Picado Pela Experiente Cobra, Danilo Segundo Chora

Por tratar-se de assunto menor, para não aborrecer os leitores, serei objetivo no comentário. Danilo Segundo, o vereador eleito com o auxílio luxuoso do governador Marcelo Déda, falou agora a pouco no programa “Liberdade Sem Censura” (FM Liberdade) de George Magalhães sobre o embate entre ele e João Alves Filho ocorrido ontem na Câmara de Aracaju, durante a palestra do Negão.

Chega a espantar o nível de desinformação política e a completa apoplexia ideológica de Danilo Segundo. Munido de perguntinhas previamente encomendadas, o vereador tentou aplicar uma saia justa no Negão. Não podia ter escolhido adversário mais venenoso...

(Leia detalhes do imbróglio entre Danilo Segundo e o ex-governador em http://universopolitico.com/exibir.php?noticia=2883)

No rádio, um choroso Danilo Segundo tentou apagar os rastros da fedida indelicadeza cometida ontem usando argumentos tão batidos que me fizeram recordar um tempo imundo da política de Sergipe. Acusou a oposição de “alimentar-se de ódio e inveja” no confronto contra o governador Marcelo Déda e de ser autora de um “panfleto apócrifo” que faz tremer a base aliada do governo há duas semanas.

O choro gaiato de Danilo Segundo, depois de envenenado pela picada de ontem, foi agravado por uma traumática lembrança que sempre lhe aperreia quando se sente acuado: os sopapos recebidos da polícia do seu ex-sogro na fatídica noite em que queimava pneus em frente a Universidade Tiradentes para interditar a via pública, num protesto –justíssimo, aliás– contra a cobrança de estacionamento pelo complexo educacional. O pomposo rapaz parece ter uma triste sina...

Danilo Segundo precisa ser informado que ódio e inveja são ingredientes bastante conhecidos no Governo da Mudança Para Pior. Basta perguntar a deputada Ana Lúcia Menezes os motivos que a fizeram ser trocada pela também deputada Conceição Vieira do posto de secretária de Combate à Pobreza. Servidores públicos (da Educação e da Saúde, sobretudo) e representantes sindicais do funcionalismo estadual e municipal de Aracaju também são testemunhas eloquentes do modus faciendi da turba esquerdista hoje no poder.

Ao ouvir as criticas do uso de “panfletos apócrifos” na guerrilha política, fico sem entender quem de fato é Danilo Segundo. Porventura seria o rechonchudo vereador essa beldade aviltada em sua santa e cândida inocência, ao estilo da freira puritana alojada num cabaré?

Na hipótese de uma resposta positiva, deveria o neófito parlamentar consultar dois dos seus conselheiros, os grandes especialistas em panfletagem apócrifa, pichações contra adversários e piquetes grevistas: Marcelo Déda e Jackson Barreto. Talvez através deles Danilo Segundo encontre a receita mágica para descobrir quem produziu e quem anda a distribuir mundo afora o panfleto reproduzido logo abaixo, motivo dos tantos lamentos e dos discursos raivosos de parte da bancada governista. Como os do homem do facão, deputado Francisco Gualberto, por exemplo.

É por essas e outras que o velho ditado “não se deve cutucar cobra com vara curta” anda ainda bastante atualíssimo...

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Um Encontro Escatológico (Publicado: 00h15)

Palestra de João Alves Filho ontem pela manhã na Câmara de Vereadores de Aracaju. Antes do início dos trabalhos, ao chegar ao Plenário, avistei no setor reservado à imprensa alguns colegas muito estimados e outros apenas conhecidos. Fui cumprimentar a moçada.

Entre eles estava o colunista domingueiro do Jornal da Cidade Ivan Valença. Mesmo a contragosto, educadamente ele me correspondeu um aperto de mão. Mas um minuto depois, como se tomado por uma lembrança incômoda, veio em direção à roda onde eu estava e me indicou, sem qualquer preâmbulo, o caminho do sanitário.

Declinei, informando de maneira coloquial que meu sistema excretor estava em repouso –entendo tratar-se de algo muito pessoal, mas para evitar celeuma informei complementarmente que evacuo com regularidade tão logo acordo. Ivan Valença, então, explicou seu intento: “É para você lavar as suas mãos, depois de pegar nessas minhas mãos de merda”.

Confesso, fiquei intrigado com a sugestão do ilustre colega. Estranhei ainda mais o suposto motivo para me indicar o WC. Sem modéstia, sou bastante imaginativo. Mesmo assim, nem nos meus sonhos mais lisérgicos jamais visualizei nas mãos de Ivan Valença órgãos glandulares de excreção digestória ao invés das tradicionais glândulas sudoríparas.

Tentei argumentar com o escriba dominical minha surpresa. De nada adiantou. Preferi calar-me, em respeito ao colega e aos seus anos de estrada –e obviamente a um coração ferido. Reporto tal encontro escatológico, pois um quesito precisa ficar claro aos olhos do leitor.

Jornalistas, de modo geral, sentem-se seres superiores, dotados da magnânima e divinal atribuição de palmatórias do mundo. Acostumados a emitir juízos sobre absolutamente tudo e todos, nem sempre respeitando limites como a vergonha na cara, alguns jornalistas mostram-se desconfortáveis quando são alvos de crítica.

Nas últimas semanas tenho ouvido recorrentes reprimendas, oriundas de diversos âmbitos, quanto ao teor “pessoal” dos meus escritos, como se porventura escrevesse eu acerca das preferências sexuais, etílicas e gastronômicas de quem quer que seja. Ou mesmo sobre como dorme fulano, acorda beltrano e arrota cicrano.

Desde fevereiro de 2007, quando iniciei minha labuta de observador da mídia e do cenário político, busco travar com o leitor um debate sobre o exercício laboral dos profissionais da imprensa, mais especificamente da turminha dedicada à “análise política”. Sempre baseei meus escritos no decoro e na ética aplicada pelos próprios “analistas” aos seus mais matreiros comentários.

Então, por que o estranhamento? Por que minhas palavras, por vezes de fato realisticamente duras, incomodam tanto? A resposta é simplíssima: ser pedregulho é ótimo. Já ser vidraça...

De toda sorte, se meu escrever deixa dúvidas quanto às intenções e propósitos, algo está errado. No caso específico de Ivan Valença, nunca pretendi confundi-lo (ou a qualquer outro jornalista, ou apenas a parte dos seus corpos) com o subproduto da excrescência humana. É apenas mais um lamentável exemplo de interpretação dúbia da minha opinião, má fé ou ignorância pura e simples.

Ademais, a crítica pela crítica não me empolga. Muito menos faria trocar minhas raras horas de lazer para dedicar-me a escrever só para tocar fogo no circo ou aplicar o tacape indiscriminadamente nos colegas. Meu sadismo não chega a tanto!

Um comentário:

Lula disse...

David, em tudo isso só não concordo quando você acha justo o protesto contra um estacionamento particular de uma empresa particular. Quam achar injusto que peça ao poder público a instituição do bolsa estacionamento. De preferência por meio de uma vaquinha entre os vereadores que clamam pela gratuidade. E Danilo comandando a arrecadação.