Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009 – 16h45
Estudantes Foram Prejudicados Pelo Megacomício de Déda
Por detrás das cortinas ainda rende comentários o megacomício disfarçado de evento governamental, realizado pelo governo estadual na sexta-feira (07/08), às barbas do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça (Praça Fausto Cardoso, Centro de Aracaju) –veja o teor das denúncias nas publicações anteriores, logo abaixo.
A imprensa de Sergipe, especialmente a camarilha adulatória travestida de “analistas políticos”, simplesmente ignorou o flagrante uso da máquina pública estadual em favorecimento explícito à reeleição do governador Marcelo Déda. Fosse outro o incauto administrador...
Da mesma forma, a claudicante oposição e mesmo os zelosos curadores do patrimônio público, assentados nos confortáveis gabinetes do Ministério Público (Estadual e Federal) e até o Ministério Público Eleitoral, acharam o assunto sem importância. Uma bobagem!
Porém, no longínquo povoado Olhos D’água (e noutros povoados) no município de Lagarto, centenas de estudantes pobres sofreram um duro golpe por conta da ação politiqueira do governador das mudanças para pior e aliados.
O caso veio à tona no dia seguinte ao megacomício, quando o secretário de Educação de Lagarto, Marcelo Maratá, no programa “Falando a Verdade” do jornalista Cabo Zé (FM Eldorado), tentava justificar o sumiço na sexta-feira dos ônibus que transportam estudantes dos povoados para colégios e faculdades em Aracaju.
Disse Marcelo Maratá: “Alguns ônibus, em torno de dois ou três, ficaram sem aprovar no processo de pré-aprovação (da vistoria do Detran). Automaticamente, foram enviados a Aracaju para fazer a vistoria ontem. Por esse motivo, se atrasaram para o horário da faculdade. Isso aconteceu apenas ontem”.
Minutos depois, uma indignada estudante entrou no ar e fez uma grave acusação ao prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro. Os trechos da gravação do programa comprovariam o uso de ônibus escolares para trazer trabalhadores rurais ao megacomício.
O diálogo:
Josy (a estudante) – “Isso que Marcelo Maratá acabou de falar é mentira.”
Cabo Zé – “Marcelo Maratá está aqui e você chamou ele de mentiroso...”
Josy – “Os transporte que faz (sic) a linha da noite tava era em Aracaju, em um evento. Tanto ele como...”
Cabo Zé – “Evento? Não é possível Josy!”
Josy – “Eu tenho certeza. É possível sim, porque a gente ficou esperando aqui até sete horas da noite e o carro não apareceu.”
Cabo Zé – “Repare bem, isso é uma denúncia muito séria, porque isso é um dinheiro que vem do governo federal e não pode pegar um ônibus e deixar de levar os estudantes pra ir pra uma festa. Aí não dá. Não conta comigo.”
Josy – “E outra: o dono do ‘carro’ é Domingos. Aí quer dizer, a gente ficou aqui esperando o transporte para ir pro colégio. Depois que a gente ligou pro motorista, ele falou que tava lá em Aracaju, mas não estava fazendo vistoria. Ele tava nesse evento que teve em Aracaju, e eu posso provar.”
Cabo Zé – “Acabou?”
Josy – “Você quer a placa do carro pra ver que eu não tô mentindo?”
Cabo Zé – “Pode dar.”
Josy – “JNZ 3151. Exatamente, tava nesse evento ontem em Aracaju e não veio fazer...”
Cabo Zé – “Ô Josy, você sabe o nome do motorista?”
Josy – “O nome do motorista é Humberto. Mas o motorista não tem nada a ver com isso.”
O alarmante diálogo fala por si. Trata-se de cabal demonstração de como a alegada audiência do megacomício –de acordo com o próprio governador, dez mil pessoas, a maioria trabalhadores rurais– supostamente teria sido composta.
Primeiro questionamento: outros estudantes pobres de outros povoados do interior perderam aula na noite do megacomício porque aliados do governador Marcelo Déda resolveram usar o transporte escolar para engordar a plateia do “ato histórico” realizado para impressionar o eleitorado de Aracaju?
A levar em conta o numeral divulgado pelo governo estadual (dez mil presentes, a maioria do interior), pode-se supor na faixa de 80% (ou 8 mil pessoas) a dita maioria. Um ônibus transporta em média 44 passageiros sentados. Para trazer toda essa gente a Aracaju, seriam necessários cerca de 180 veículos.
Segundo questionamento: se o transporte não foi feito por ônibus escolares, como no caso da plateia vinda de Lagarto, que veículos foram usados e quem os pagou?
Talvez agora o megacomício realizado em Aracaju para turbinar a campanha de reeleição do governador Marcelo Déda receba a atenção devida!
A quem interessar possa, a cópia da gravação do programa de Cabo Zé está comigo...
2 comentários:
Caro David,
Quanta bobagem. Qualquer pessoa pode entrar no rádio e falar o que quiser e vcs do DEM sabem muito bem disso, afinal foram vcs que criaram e alimentaram as ratazanas do rádio para se fingir de ouvintes e elogiar vcs quando estavam no governo e criticar a oposição. Mas vc, um jornalista esclarecido, colocar como se fosse uma prova cabal e ainda ameaçar que tem a gravação. Grande porcaria rapaz. O que interessa são as provas. Isso vc tem? Programa de rádio, ouvinte (rato), ah! Que bobagem.. É assim que vc faz jornalismo meu caro?° É por isso que as pessoas não lhe respeitam, nem mesmo dentro do próprio DEM onde vc já tentou por muitas vezes se colocar como marketeiro e o máximo que conseguiu foi ser responsável pelo programa de rádio das campanhas de partido. Se respeite David...
E David é jornalista ???? Pensei que fosse pistoleiro de aluguel (o pistoleiro moderno) que usa o computador e não revolver.
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