Sábado, 29 de Agosto de 2009 – 22h55
O Tempo, Senhor da Razão
Quando tudo apenas começava, ainda nos cem dias de governo, diante das primeiras cobranças da promessa de fazer de Sergipe o Céu na Terra, Marcelo Déda e sua trupe mantiveram uma única cantilena: se nada fora feito até então, a culpa era de quem havia saído.
A desculpa inicial: a da casa desarrumada. Seria preciso muito esforço e capacidade de administrar crises para por Sergipe
Durante
O terceiro ano do “projeto de mudança” certamente deveria trazer alguma mudança para valer. Trouxe! Confrontado com o fato de não ter uma única ação de monta executada ou obras importantes entregues, Marcelo Déda trocou uns três secretários no início do 2009 e foi conhecer o sertão, onde deu início à maratona de inaugurações, com comícios trecho a trecho, da “Rota do Sertão”.
Enquanto o governador estava nos palanques sertanejos a falar mal dos adversários, o couro comia nele
O governador das mudanças para pior reagiu como sempre. Fez surgir um novo culpado pela sua lerdeza, anunciado com pompa pelo homem do facão: “Politicamente, nosso governo está pagando um preço caro com a paralisação de algumas obras e demora na conclusão de outras, mas é uma opção nossa. Entre o prejuízo político de ter uma obra atrasada e se submeter a chantagens para botar dinheiro público no bolso de empresários, o governador Marcelo Déda opta por preservar o dinheiro do povo”.
Resumo da ópera: se o governo do PT chegou a mais de dois anos e meio de mandato de modo chumbrega, para recordar a palavra usada pelo compadre-presidente Lula da Silva ao definir o próprio governador, a culpa não é de Marcelo Déda e sua trupe.
No que se conclui: o neófito governador é um homem santo, perseguido e martirizado pelo fantasma do ex-governo de João Alves Filho. Marcelo Déda seria a vítima desvalida de uma poderosa conspiração, cujo objetivo é prejudicar seu governo, com métodos típicos de uma “tortura moral”.
Culpar terceiros pelos próprios erros é a saída comum dos oportunistas. As promessas de fazer de Sergipe o Céu na Terra foram esquecidas por quem as recitou como versos irrevogáveis nos palanques de 2006. Mas como admitiu o próprio “Número Um”, ele não é divino para fazer milagres...
Na oposição, Marcelo Déda sabia apontar defeitos alheios como nenhum outro. De posse do Diário Oficial, o governador virou só lamúrias e sofreguidão, que busca dividir alhures como se não lhe fossem sujeições exclusivas.
Sobra o consolo de ser o Tempo senhor da razão!
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