Quinta-feira, 26/06/2008 – Ano II – Edição 281
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O Poder da Máquina Federal
A pendenga promete ser dura. O poder incomensurável da Presidência da República mais uma vez será usado em Sergipe em benefício dos interesses de Lula da Silva, correligionários e aliados antigos e novos.
Segundo Lauro Jardim (Revista Veja, 25/06), o presidente dará “atenção especial” à apenas dois pleitos: São Paulo e Aracaju.
São Paulo tem o maior colégio eleitoral do Brasil. São 7,9 milhões de eleitores. Vitrine política, cultural e econômica da América Latina, a cidade é setor estratégico para todos os partidos.
O eleitorado de Aracaju soma 325.954 pessoas. Em 2004, Marcelo Déda foi reeleito com 186.507 votos, ou 71,38% dos votos válidos. Qual seria a motivação de Lula da Silva na disputa de um “bairro” paulistano?
A resposta foi dada pelo próprio Lauro Jardim: “Ali, (ele) quer porque quer derrotar o ex-governador João Alves Filho” – no caso, através dos candidatos democratas Mendonça Prado e Pedrinho Valadares.
Ao rasgar seda para receber o apoio do PSBD à reeleição de Edvaldo Nogueira, Marcelo Déda lembrou de quando Albano Franco era governador: “Ele teria condições de bloquear os recursos para a prefeitura, mas pelo contrário. Quando estava com algum ministro me ligava perguntando se havia pendências”.
Faltou a Marcelo Déda o mesmo desprendimento!
Para edificar a candidatura ao governo, o hoje governador abusou de práticas mesquinhas, próprias dos regimes autoritários. A influência junto ao compadre-presidente permitiu-lhe vetar financiamentos, atrasar repasses e sufocar economicamente o adversário.
Faltou a Marcelo Déda coragem para competir em pé de igualdade com aquele a quem mais teme – ontem e agora...
A decisão do presidente Lula da Silva de intervir pessoalmente na eleição de Aracaju é prova eloqüente de que João Alves Filho não mentia quando falava em perseguição e uso da máquina federal contra ele.
Mais uma vez, Aracaju vai assistir ao abuso do poder desmedido em auxílio luxuoso ao desejo do governador Marcelo Déda de continuar ditando as ordens também na prefeitura da Capital.
O acordão estilo sarapatel, a reunir gente estranha numa festa esquisita – do PSDB de Albano Franco ao PPS de João Fontes, passando pelo meio PMDB de Jackson Barreto –, busca exterminar da vida pública quem é empecilho.
A menos que...
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